
Foto: Reprodução / Redes Sociais
O projeto do senador Otto Alencar (PSD) na política pode
aumentar a partir de 2026. Com atuação maciça na vida pública, a família conta
com os mandatos de Otto Filho (filho do senador e deputado federal) e Eduardo
Alencar (irmão de Otto e deputado estadual), além do próprio Otto que está no
segundo período como senador pela Bahia.
O cenário pode ser ampliado ainda mais no próximo ano com a
perspectiva de que o senador lance sua filha, Isadora Félix Alencar, como
candidata a deputada estadual. Dessa forma, o ajuste também envolveria alçar o
nome de Eduardo Alencar para Brasília, disputando uma vaga na Câmara dos
Deputados com o espólio de votos deixado por Otto Filho, que seria indicado
para uma das vagas de conselheiro abertas no Tribunal de Contas do Estado da
Bahia (TCE-BA).
As informações foram apuradas pelo Bahia Notícias nos últimos
dias junto a fontes ligadas à família Alencar. Para o cenário se concretizar,
os interlocutores apontam que Otto Filho precisa aceitar a eventual vaga no
TCE, ofertada pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT), que tem capitaneado as
discussões sobre espaços e acomodações de aliados.
Ainda conforme passado para a reportagem, Isadora Alencar
representaria a "continuidade" do projeto político de Otto e a ideia
é dar visibilidade a ela através do PSD Mulher, braço do partido focado na
agenda feminina e atuação das mulheres na política. Também não está descartada
a possibilidade de ela disputar "direto" uma vaga para deputada
federal.
Atualmente Isadora atua em sua própria empresa, a Ecoari,
voltada para reciclagem e sustentabilidade. Em cargos públicos, já passou pelo
próprio TCE quando foi nomeada em 2019 para o gabinete do conselheiro do
Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE-BA), Gildásio Penedo.
Ela ocupou o cargo em comissão de secretária de plenário. A
passagem pelo Tribunal foi encerrada em fevereiro do ano passado, quando
Isadora foi exonerada do posto.
O IMBRÓGLIO NO TCM
Não apenas no TCE-BA há uma divergência sobre as vagas de conselheiros. No
Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA) existe uma disputa pela
cadeira que será deixada por Mário Negromonte no próximo dia 6 de julho.
A decisão no TCM-BA, inclusive, pode refletir sobre a disputa na cadeira na
Corte de Contas do Estado.
A disputa pela vaga, em tese, também precisaria respeitar um
Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado em 2010, durante a gestão de
Jaques Wagner (PT) no governo da Bahia. No acordo, assinado pelo então
procurador-geral de Justiça, Wellington César Lima e Silva, e pelo presidente
do TCM, Francisco de Sousa Andrade Neto, ficou estabelecido que, quando
surgisse uma vacância na Corte destinada ao Ministério Público junto ao
Tribunal, a indicação deveria recair sobre um membro da carreira.
O Bahia Notícias obteve acesso ao documento para saber mais
detalhes sobre o acordo. Uma parte que chama a atenção é que na Cláusula 5ª do
TAC determina que, “vagando o cargo de conselheiro reservado ao Ministério
Público junto ao TCM, será obrigatoriamente provido por membro integrante da
carreira do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas dos Municípios da
Bahia”. Na teoria, o acordo permanece válido e pode ser decisivo para o
desfecho da disputa pela vaga de Negromonte.
Por Bahia Notícias