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A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (11), o
projeto de lei que proíbe o uso de celulares nas escolas públicas e privadas,
durante a educação básica -que vai do ensino infantil ao médio. O texto
tramitou de forma conclusiva na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Assim, segue direto ao Senado, sem precisar passar pelo plenário da Câmara, a
não ser que seja apresentado recurso para que isso aconteça.
A proposta veda o uso "aparelhos eletrônicos
portáteis", como celulares ou semelhantes, não só durante as aulas, mas
mesmo no intervalo entre aulas e nos recreios. Há a permissão de uso de
eletrônicos por motivos pedagógicos, de acessibilidade, inclusão ou razões
médicas. O deputado Renan Ferreirinha (PSD-RJ), relator da proposta na CCJ,
decidiu permitir que crianças de até dez anos pudessem ao menos portar
aparelhos celulares -antes, a proposta não permitia isso.
Ferreirinha também incluiu trechos que ampliaram o rol de
exceções para o uso dos eletrônicos. Dentre as possibilidades estão
"situações de estado de perigo, estado de necessidade ou caso de força
maior" e garantia dos direitos fundamentais. O deputado é também
secretário de Educação da cidade do Rio de Janeiro e foi o responsável por
articular o banimento pioneiro de celulares no país -no início de 2024, a
prefeitura carioca proibiu, por decreto, o uso de smartphones por estudantes
nas escolas municipais.
Ao longo deste ano, o deputado se licenciou algumas vezes do
cargo no Rio para trabalhar no Congresso pelo avanço da proposta de proibição
do uso dos celulares no ambiente escolar em todo o país. O teor do projeto de
lei nacional é também semelhante ao da lei aprovada por unanimidade pela
Assembleia Legislativa de São Paulo e sancionada na semana passada pelo
governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
A deputada Julia Zanatta (PL-SC) tentou adiar a votação,
alegando que os celulares são importantes para que estudantes possam filmar
professores durante as aulas. Mesmo assim, a bancada de seu partido não
concordou inteiramente com sua posição, por isso não se mobilizou em bloco
contra o projeto. "A gente tem um grande problema no Brasil que é o uso
excessivo de celular nas escolas. Existe uma epidemia de distrações, é sobre
isso que estamos falando, e regras são fundamentais", rebateu Ferreirinha,
em favor do projeto.
Por Bahia Notícias