Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu em entrevista ao
UOL a possibilidade de pedir refúgio em alguma embaixada no Brasil, caso tenha
a prisão decretada após eventual condenação pela trama golpista de 2022.
"Embaixada, pelo que vejo na história do mundo, quem se
vê perseguido, pode ir para lá", disse. "Se eu devesse alguma coisa,
estaria nos Estados Unidos, não teria voltado."
Na mesma entrevista, ele diz ter conversado sobre
"artigos da Constituição" com os comandantes das Forças Armadas para
"voltar a discutir o processo eleitoral" após a eleição de 2022 na
qual saiu derrotado por Lula (PT), mas diz que a ideia logo foi
"abandonada".
Bolsonaro também nega ter tomado conhecimento do plano que,
segundo a Polícia Federal, foi arquitetado para prender ou matar Lula, seu
vice, Geraldo Alckmin, e o ministro Alexandre de Moraes, do STF e então
presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O ex-presidente liderou a trama golpista no final de 2022, e
a ruptura democrática não foi concretizada por "circunstâncias alheias à
sua vontade", disse a PF no relatório final da investigação sobre a
tentativa de golpe de Estado.
Declarado inelegível pelo TSE até 2030 por ataques e mentiras
sobre o sistema eleitoral, Bolsonaro teve seu papel detalhado pela PF nas
conclusões do inquérito entregues ao STF e tornadas públicas por Moraes.
Segundo a PF, "os elementos de prova obtidos ao longo da
investigação demonstram de forma inequívoca" que Bolsonaro "planejou,
atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios
realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização de um
golpe de Estado e da abolição do Estado democrático de Direito".
Segundo a corporação, os 37 indiciados cometeram três crimes:
tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, tentativa de
golpe de Estado e organização criminosa, cujas penas somam de 12 a 28 anos de
prisão, desconsiderando os agravantes.
Por Bahia Notícias