
Ministro Silvio Almeida durante a discussão no G20
Crédito: Ana Lúcia Albuquerque/ CORREIO
Cerca de 121 mil pessoas vivem em situação de rua
no Brasil, segundo levantamento do Ministério dos Direitos Humanos e da
Cidadania. Nesta terça-feira (28), o grupo de trabalho do G20 discutiu, em
Salvador, a produção de dados e políticas públicas para atender a essa
população. A falta de informação é uma barreira apontada pelos especialistas,
porque existe uma gama de brasileiros vivendo nessas condições e que não estão
cadastrados nos programas de assistência. São invisíveis para o Estado.
O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania,
Silvio Almeida, participou do segundo dia de debate do G20, no Centro de
Convenções, na Boca do Rio, e destacou o Plano Nacional Ruas Visíveis,
anunciado em dezembro do ano passado. O programa tem sete eixos e o
investimento é de R$ 982 milhões. Ele contou que existe um grupo no Governo
Federal levantando dados sobre essa população, e que as informações serão
divulgadas a partir de junho.
"A qualidade dos dados e as evidências
disponíveis impacta diretamente nas atividades e serviços públicos a serem
implementados. Não se faz política pública sem ciência, sem os dados. Isso é
fundamental, é básico", afirmou.
Os sete eixos do programa incluem assistência
social e segurança alimentar; saúde; violência institucional; cidadania,
educação e cultura; habitação; trabalho e renda; e produção e gestão de dados.
O governo informou que a iniciativa conta com mobilização de 11 ministérios e é
fruto de diálogo com sociedade civil organizada, representantes dos três
Poderes, setor empresarial e universidades.
Em Salvador, uma pesquisa realizada pelo Município em parceria com o Projeto Axé identificou 5.130 pessoas vivendo em situação de rua. Os dados foram divulgados no começo do ano e apontam que 3.949 são homens, 4.778 são pretos ou pardos, 479 são idosos e 275 são crianças. No total, 26% deles foram morar nas ruas por sofrerem maus tratos em casa, 10,3% porque usam substâncias psicoativas e 9,1% porque ficaram sem emprego.
Por Correio24horas