
Foto:
Reprodução / Google Street View
Os alunos
da rede pública de Riacho de Santana, na região do Velho Chico da Bahia,
recebeu pagamentos irregulares do Pé-de-Meia, programa do governo federal,
programa de incentivo do governo federal que auxilia financeiramente estudantes
do ensino médio e universitários. A irregularidade apontada afirma que o
programa teria mais beneficiários do que alunos matriculados na rede
pública de educação nos pagamentos realizados em fevereiro deste ano.
Conforme
informações reveladas pelo Estadão, no mês passado, o governo federal informou
que realizou o pagamento para 1.231 pessoas matriculadas no ensino médio em
Riacho de Santana, sendo feito para os alunos da única unidade de ensino
público que atende a categoria, o Colégio Estadual Sinésio Costa. Todavia, a
própria diretoria da instituição informou que a escola possui, no momento,
1.024 estudantes matriculados.
A
diferença entre o número de alunos do Ensino Médio informados pela escola e a
quantidade de beneficiários do Pé-de-Meia é considerável, chegado aos 20,2%.
Segundo a reportagem, entre os municípios com os pagamentos irregulares, a
cidade baiana é a que possui a maior divergência nos dados. Ao todo, os
pagamentos em Riacho de Santana somam R$ 1,75 milhão em fevereiro.
O
Ministério de Educação (MEC) também apresentou um dado divergente, afirmando
que a unidade possui 1.860 alunos. Vale destacar que o colégio possui apenas 15
salas de aula. Procurada, a Secretaria de Educação do Estado da Bahia (SEC)
disse que seriam 1.677 alunos.
O
benefício pago em Riacho de Santana foi destinado a 456 estudantes menores de
18 anos, inscritos no ensino regular; e 775 maiores, que cursam o ensino médio
na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Segundo o Estadão apurou,
a maioria dos problemas e pagamentos indevidos do Pé-de-Meia ocorre na
modalidade EJA.
Um dos
casos de repasse irregular é o Amélia de Souza Oliveira. Ela é mãe de um
estudante da escola na modalidade EJA e professora da instituição desde 2019,
recebendo um salário líquido de cerca de R$ 4,3 mil. Em fevereiro, ela recebeu
R$ 1 mil do Pé-de Meia
De acordo
com as regras do programa, o benefício só pode ser pago a jovens de famílias
com renda mensal de até meio salário mínimo (R$ 759) por pessoa.
Na mesma
cidade, também figura como responsável por um jovem menor de 18 anos a
professora Nelma de Oliveira Silva Rocha – o aluno recebeu R$ 1 mil em
fevereiro. O salário líquido de Nelma é de cerca de R$ 3,8 mil, e não há
indicação de que ela tenha recebido o Bolsa Família ou outro programa social,
como o Pé-de-Meia exige.
O
Pé-de-Meia é um programa educacional criado pelo governo de Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) com o objetivo de diminuir a evasão escolar no ensino médio e
aumentar o percentual de pessoas que concluem essa etapa de ensino. Os
participantes precisam estar matriculados na rede pública; terem renda familiar
de até R$ 759 por pessoa; e irem a pelo menos 80% das aulas no mês.
Em
fevereiro deste ano, o benefício foi pago a mais de 4 milhões de estudantes em
todo o País. Como mostrou o Estadão, as regiões Norte e Nordeste são as mais
impactadas pela medida.
Por Bahia
Notícias