
Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil
Uma pesquisa mostrou que, nos
últimos anos, homens negros morreram quase quatro vezes mais do que brancos por
disparos de arma de fogo no Brasil.
Entre 2012 e 2022, 149.707
homens negros foram vítimas fatais de disparos em via pública. Enquanto isso,
38.231 brancos morreram pelo mesmo motivo. A pesquisa é do IEPS (Instituto de
Estudos para Políticas de Saúde) e do Instituto Çarê, que analisou as taxas de
internações e mortalidade por agressões a partir do recorte de raça de cor.
Para Rony Coelho, pesquisador do
IEPS, os dados reforçam as desigualdades estruturais do país. Além disso,
revelam uma maior vulnerabilidade da população negra às agressões. ''O Boletim
apresenta uma dura realidade já conhecida contra a população negra, representada
por desigualdades nos dados de segurança pública, saúde, mortalidade e de
internações hospitalares.''
Jovens negros são as principais
vítimas de mortalidade, mostrou o estudo. Entre 2010 e 2021, negros com idade
entre 18 e 24 anos apresentaram taxas de mortalidade significativamente mais
altas em comparação com brancos da mesma idade.
Além de armas de fogo, dados
indicaram que a população negra é também mais atingida por agressões em geral
que levam a hospitalizações. Em 2017, ano mais letal durante o período
analisado, foram 1.116 registros de morte por agressão para brancos e 4.008 para
negros.
''Evidências acadêmicas pautam o
reconhecimento das desigualdades estruturais e históricas e revelam uma maior
vulnerabilidade da população negra às agressões, manifestando-se em indicadores
de saúde desfavoráveis e ressaltando a necessidade premente de políticas
públicas e intervenções em saúde'', disse o Boletim Çarê-IEPS.
Por Bahia
Notícias