O vereador Ivamberg Lima (PT) deu entrada no Ministério Público (MP) na tarde desta segunda-feira (9), em uma ação contra o município de Feira de Santana por permitir o fechamento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Mangabeira.
Em entrevista ao Acorda Cidade, o vereador afirmou que esteve na unidade de Saúde e não constatou nenhuma irregularidade que a Secretaria Municipal de Saúde alegou.
“Quando soubemos da nota que a secretaria colocou nos meios de comunicação dizendo que a UPA seria fechada, porque estava com baixo atendimento e com problemas na rede elétrica, eu fui pessoalmente constatar o que estava acontecendo. Ao chegar lá, verifiquei que não tinha danos nenhum na parte física, todas as luzes estavam acesas, inclusive a questão do oxigênio, dei a volta no entorno da unidade e quando entrei, tinham três funcionários na recepção sem atender ninguém. Questionei o motivo e eles disseram que a UPA não estava atendendo nenhum paciente e quem chegasse ali iriam encaminhar para outra unidade de Saúde”, afirmou.
De acordo com o vereador, a unidade é responsável por atender os moradores dos bairros da Mangabeira, Conceição e Santo Antônio dos Prazeres, que juntos, somam em torno de 46 mil pacientes.
“A secretaria informou que o fechamento foi devido ao baixo número de procura por parte dos pacientes, isso seria uma piada, mas nós sabemos e constatamos a grande fila de pessoas em portas de unidades, procurando atendimento. Aquela UPA é de urgência e emergência que atende aos bairros da Mangabeira, Conceição e Santo Antônio dos Prazeres, são três bairros populosos daqui de Feira que chegam a ter cerca de 46 mil moradores e todas estas pessoas não serão mais atendidas? Por isso estou aqui no dia de hoje com uma representação junto ao Ministério Público, para que o MP possa acionar a prefeitura e ela dizer o real motivo do fechamento, porque se for questão de reforma, eu não vejo necessidade de suspender total atendimento, queremos que abra imediatamente para que os serviços voltem a funcionar”, destacou.
Ainda segundo Ivamberg Lima, o problema pode está sendo causado por falta de gestão, já que a suplementação foi aprovada no intuito dos funcionários receberem os salários.
“Eles alegaram também que os atendimentos estavam sendo suspensos, porque os funcionários já estavam parando com as atividades, porém aquela UPA é administrada pela IGI [Instituto de Gestão Integrada], mas pelo visto não está sabendo gerir ou não está pagando corretamente aos funcionários. Vimos que há poucos dias, a Câmara aprovou a ordem de suplementação, e foram milhões, a gente sabe que falta de dinheiro, não é? Inclusive, a última vez que conversei com estes profissionais, eles informaram que ainda não tinham recebido o pagamento do mês de novembro, isso não é cabível”, concluiu.
Prefeitura comunica ao Ministério Público fechamento temporário da UPA da Mangabeira
Por meio da Secretaria Municipal de Comunicação, a prefeitura de Feira informou que comunicou ao MP sobre o fechamento. Confira informação na íntegra:
A Secretaria Municipal de Saúde encaminhou para o Ministério Público Estadual um comunicado sobre o fechamento temporário da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Mangabeira. No documento a SMS esclarece os motivos da decisão e ressalta que a demanda de pacientes está sendo distribuída para outras unidades.
A decisão quanto ao fechamento temporário foi motivada por uma série de fatores, tais como: necessidade de revitalização da unidade, queda da procura por atendimentos pela população e restrição de atendimentos dos médicos da referida unidade. A SMS também informa ao MP que houve um problema no quadro de energia impossibilitando a operação do gerador. A situação interrompeu o funcionamento de equipamentos usados em pacientes, inclusive, dos que estavam aguardando regulação.
A Secretaria de Saúde também relata ao MP que em consequência da baixa procura por atendimento havia na unidade apenas dois pacientes aguardando por regulação. Eles já foram transferidos para o Hospital Geral Clériston Andrade e UPA da Queimadinha. Novas informações serão encaminhadas ao Ministério Público após avaliações técnicas que estão sendo feitas na unidade.
Na manhã desta segunda-feira (09), a unidade recebeu visitas técnicas da secretária de Saúde, Cristiane Campos; da chefe da Vigilância Sanitária, Maria Cristina Rosa; e do superintendente de Operações e Manutenção da Prefeitura, João Vianey. Reparos na rede elétrica estavam sendo realizados por técnicos da empresa IGI.
A secretária de Saúde, Cristiane Campos, observa que a UPA da Queimadinha e as oito policlínicas municipais tem condições de atender satisfatoriamente a demanda oriunda da UPA da Mangabeira. Ela acrescenta que a lotação nas demais unidades é uma consequência da morosidade do sistema de regulação do estado.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade