A Associação Bahiana de Imprensa (ABI-BA) emitiu uma nota, nesta segunda-feira (9), repudiando a invasão de radicais bolsonaristas ao Palácio do Planalto, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Congresso Nacional, sedes dos três poderes da República, em Brasília, na tarde deste domingo (8). O comunicado ainda se opôs às agressões contra profissionais de imprensa durante o episódio antidemocrático.

 

"Mesmo nas ditaduras mais sanguinárias, profissionais de imprensa souberam contornar toda sorte de dificuldades, da perseguição à tortura, para cumprir com o seu dever de informar à sociedade sobre tudo que for de interesse público. E não foram poucas vidas sacrificadas por isso", pontuou a entidade.

 

Para a ABI, o imperativo agora deverá ser o estabelecimento da ordem, através da democracia, "cuja estrutura, resumida na expressão Estado Democrático de Direito, contempla não somente a garantia das liberdades, mas também os mecanismos constitucionais a serem usados quando estas mesmas liberdades estiverem sob ameaça".

 

"No pleno cumprimento de seu dever profissional, jornalistas, radialistas e empresas de comunicação foram, mais uma vez, vítimas do ódio disseminado para destruir a democracia brasileira. Além da capital federal, tentativas de intimidação na forma de agressões físicas graves, danos e até roubo de equipamentos, foram registrados em pelo menos outras 4 capitais", registrou o texto.

 

A nota ressalta que há, por parte dos membros da ABI, um repúdio uníssono "a qualquer tentativa de golpe, e no clamor pela identificação, responsabilização, julgamento e punição de organizadores, financiadores e participantes de quaisquer atos, com ou sem emprego de violência direta, que atentem contra a democracia".

 

E, por fim, demonstra solidariedade "aos colegas agredidos" e sauda "profissionais e empresas de comunicação que seguem contribuindo para que o Brasil se conheça e reconheça, em profundidade".

 

"Nosso repúdio será mais efetivo se o protesto, óbvio e protocolar, vier acompanhado de uma vacina reconhecidamente eficiente contra golpistas de qualquer cepa, variante ou subvariante: jornalismo. Toda tentativa de intimidação merece reação proporcional, na forma do melhor jornalismo que pudermos oferecer à sociedade, expondo mentores e executores à luz. E, com o mesmo vigor, cobrando o respeito ao devido processo legal e celeridade por parte das autoridades", finalizou.