O estado americano de Nova York legalizou no sábado a compostagem humana, nome popular para o processo conhecido como redução orgânica, que transforma o corpo em adubo e acelera sua decomposição. As informações são do jornal O Globo.

 

Com a assinatura da governadora Kathy Hochul, a unidade federativa torna-se a sexta dos Estados Unidos a legalizar o procedimento, visto como uma alternativa mais amigável ao meio ambiente que o sepultamento.

 

Na compostagem humana, o corpo sem vida é posto em um recipiente semi-aberto reutilizável, com um apoio adequado para os restos mortais, feito a partir de lascas de madeira, alfafa ou palha. É necessária uma estrutura bem arejada para permitir que micróbios e bactérias-chave se proliferem, possibilitando que a decomposição ocorra em cerca de um mês.

 

Após cerca de um mês, quando há ainda um processo de aquecimento para matar qualquer tipo de contágio, é produzido um metro cúbico de solo denso em nutrientes. O produto final, que é entregue aos parentes, equivale a 36 sacos de solo, e pode ser utilizado como fertilizante.

 

Todo o processo é feito em lugares especializados, e os corpos não chegam a serem postos no solo em momento algum. Um limitador, contudo, é o preço salgado: segundo a firma Recompose, cuja instalação em Seattle é uma das pioneiras do planeta, a compostagem humana pode custar US$ 7 mil (R$ 37,4 mil).

 

O custo, contudo, não é tão diferente daquele de um funeral comum nos EUA: segundo a Associação Nacional dos Diretores Funerários, um velório seguido de enterro custa em média US$ 7,8 mil (R$ 41,7 mil). Um velório seguido de cremação sai, em média, quase US$ 7 mil (R$ 37,4 mil).

 

Apoiadores do procedimento também destacam que é uma alternativa ecológica, já que, diferentemente de outros meios, como a cremação. Isso porque não há a emissão de gases-estufa, os principais causadores do aquecimento global — segundo estimativas de cientistas, a emissão de tais substâncias deve ser neutralizada por completo para que o mundo consiga limitar o aquecimento global a 1,5°C até 2100, patamar considerado limítrofe para evitar um cataclismo.

 

Enterros tradicionais também envolvem caixões habitualmente feitos de madeira, e o desmatamento ilegal é outro grande contribuinte da poluição da atmosfera.