Reportagem publicada originalmente no Jornal da Metropole em 14 de julho de 2022

Altos preços das passagens, recessão econômica e empobrecimento geral da classe média. Esses são alguns dos aspectos que ajudam a explicar o porquê de apenas 13% dos brasileiros terem viajado para algum destino (internacional ou doméstico) em 2021.  Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), divulgados na última semana pelo IBGE. 

Quando chegava junho, a família da administradora Marta Mascarenhas, de 62 anos, por exemplo, já estava de malas prontas. Era comum visitar a cidade natal do marido, em Santa Catarina. “Na pandemia preferimos não ir por segurança mesmo, por sermos idosos. Achei que íamos retomar esse ano, mas não foi possível”, lamenta. 

Ela faz parte dos 85% dos baianos que não fizeram qualquer tipo de viagem em 2021. Antes da pandemia, em 2019, o percentual de baianos que não viajavam no ano já era alto (77,3%); agora o aumento é significativo sobretudo na classe média — um terço dos entrevistados listou a questão econômica como justificativa. Para Marta, foi o valor das passagens que a fez interromper a programação das férias com a família. “Antes, a gente conseguia encontrar passagens por menos de R$ 1.000, ida e volta. Parece preço de viagem internacional. Ficou muito caro viajar”, reclama. 

OS TURISTAS CHEGAM 

Entre aqueles que ainda viajam, a Bahia é um dos destinos mais procurados. O estado é o segundo, em todo país (atrás apenas de São Paulo) com mais receita gerada pelo turismo doméstico. Foi R$ 1 bilhão de reais em 2021. Quem trabalha diretamente vendendo viagens espera que os números melhorem em 2022. “O preço das passagens claramente influencia. Foi um pulo muito grande entre o que se estava acostumado a pagar e os preços que temos hoje”, avalia Jean Paul Gonze, presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagem na Bahia (Abav-BA). 

Confira os rankings divulgados pelo IBGE: