Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
O presidente Lula (PT) sancionou, na tarde desta
segunda-feira (13), o projeto de lei que proíbe o uso de celular em escolas
públicas e privadas de todo o país.
A proposta foi aprovada de forma simbólica (sem a contagem de
votos no painel) no Senado, em dezembro. A restrição ao uso de celular nas
escolas ganhou tração no Congresso Nacional depois que o Ministério da Educação
decidiu abraçar a mudança.
A expectativa do governo federal, no final do ano, era de
colocar o PL em prática no começo do ano letivo.
A sanção ocorreu em evento fechado, mas transmitido na
internet, com ministros e parlamentares no Palácio do Planalto. O texto ainda
será publicado no Diário Oficial da União, mas segundo o governo não terá
vetos.
Países como França, Espanha, Grécia, Dinamarca, Itália e
Holanda já possuem legislações que restringem uso de celular em escolas.
O projeto foi aprovado com amplo apoio no intervalo de uma
semana. Na Câmara dos Deputados, o texto foi votado pela CCJ (Comissão de
Constituição e Justiça) de forma terminativa, pulando o plenário. No Senado, a
oposição se dividiu sobre o projeto —e saiu derrotada.
A proibição ao uso de celular e outros dispositivos
eletrônicos móveis (como tablets e relógios conectados à Internet) por parte
dos alunos vale em todo o ambiente escolar, tanto nas aulas quanto nos
recreios, intervalos e em atividades extracurriculares.
O secretário municipal de Educação do Rio de Janeiro, Renan
Ferreirinha (PSD-RJ), reassumiu o mandato de deputado federal para relatar o
projeto na Câmara. A capital foi pioneira no banimento de celulares em escolas,
no começo do ano.
O estado de São Paulo aprovou uma lei de teor semelhante. No
caso das escolas paulistas, a legislação é mais clara sobre o armazenamento dos
aparelhos: devem ser guardados de forma que os alunos não tenham acesso a eles,
o que descarta mochilas e armários individuais.
No caso do projeto de lei nacional, não existe determinação
específica para o armazenamento dos equipamentos. Esse detalhe poderá ser
resolvido por meio de regulamentação nacional posterior ou por meio de
legislações locais.
Pesquisa Datafolha realizada em outubro mostrou que a maioria
(62%) dos brasileiros a partir dos 16 anos é favorável à proibição do uso de
celulares por crianças e adolescentes nas escolas, tanto em sala de aula quanto
nos intervalos.
Na parcela da população que tem filhos de até 12 ou de até 18
anos o apoio à proibição é um pouco maior: 65%.
É ainda maior o número dos que consideram que o celular traz
mais prejuízos do que benefícios ao aprendizado de crianças e adolescentes: 76%
da população e 78% entre os que são pais de crianças.
Por Bahia
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