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O
investimento da Bahia no combate às drogas foi o equivalente a 61 novas escolas
e a manutenção anual de 68 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em 2023.
Segundo levantamento do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, o estado
foi o segundo que mais gastou na guerra contra os entorpecentes, com uma verba
de R$ 1,34 bilhão. A pesquisa contemplou seis unidades federativas, incluindo
São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Pará e Santa Catarina.
O estudo
utilizou como régua para as instituições de ensino o valor de aproximadamente
R$ 22 milhões, utilizado na construção do Colégio Estadual Deputado Rogério
Rego, em Salvador, no ano de 2023. Para a manutenção das UPAs foi levado em
consideração as despesas da unidade do Cabula, na capital baiana, que gastou
cerca de R$ 19 milhões para o funcionamento no mesmo ano. Neste mesmo recorte,
o orçamento destinado para o combate às drogas foi o equivalente a 6 vezes o
que foi liquidado com a gestão ambiental.
Os gastos
analisados incluem recursos para o Ministério Público, Polícias Civil e
Militar, Defensoria Pública, Tribunal de Justiça, Sistema Penitenciário e
Sistema Socioeducativo.
Do total
utilizado, 72% das despesas com a aplicação da Lei de Drogas na Bahia, ou seja,
pouco mais de R$ 965 milhões, são voltados para a Polícia Militar. Os números,
segundo Dudu Ribeiro, diretor executivo da Iniciativa Negra e porta-voz do
estudo, evidenciam como o conflito ostensivo com o tráfico gera prejuízos não
somente à segurança, mas a diversas áreas.
“A
ciência já mostrou que a ampliação da cidadania, do direito das pessoas, do
afeto e da redução da presença da guerra na vida da população levam a uma
mudança. Nós estamos deixando as medidas de proteção darem lugar a políticas de
repressão”, ressalta.
Por Correio24horas