Comércio Crédito:
Paula Fróes/Arquivo CORREIO
De
janeiro a novembro deste ano, 29.270 empresas fecharam as portas na Bahia, de
acordo com dados da Junta Comercial do Estado da Bahia (Juceb). O tipo de
negócio que mais encerrou atividade no estado foi aquele relacionado ao
segmento comercial, que é categorizado pela entidade junto com a reparação de
veículos automotores e motocicletas. Ao total, 13.704 empresas desse ramo foram
extintas.
Segundo
Guilherme Dietze, consultor econômico da Federação do Comércio de Bens,
Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-BA), as vendas do comércio
neste ano foram bastante positivas, de modo que o número de fechamento de
empresas não é visto por ele com preocupação.
“O setor
de veículo nunca foi tão agitado e beneficiado por uma conjuntura tão boa como
agora. Eu não consigo analisar essas 13.704 empresas fechadas como algo
negativo. Tudo me leva a crer que há um cenário positivo e esses dados sejam de
um parâmetro normal”, ressalta.
Além das
empresas do comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, outros
segmentos registraram expressivas perdas empresariais. São eles: Alojamento e
alimentação (2.141 extinções), Indústrias de transformação (1.916), Atividades
profissionais, científicas e técnicas (1.706) e Atividades administrativas e
serviços complementares (1.672).
De acordo
com a Juceb, os dados de extinção de empresas nem sempre refletem o fechamento
de negócios no ano exato em que é registrado. Isso porque, muitos
estabelecimentos encerram as atividades antes de informar isso à Junta
Comercial. Desse modo, há dificuldade de obter precisão através dos dados e
isso se estende às razões para as empresas serem extintas.
Das
29.270 empresas que declararam o fechamento das portas em 2024, a Juceb não
soube informar quantas registraram a motivação para fim das atividades. A
entidade, no entanto, informou que as principais causas já computadas são
relacionadas a baixa demanda pelo produto/serviço, alta concorrência e alta
competitividade.
Para
Liliane Rocha, analista do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (Sebrae) na Bahia, outros fatores que são geralmente associados ao
fechamento de uma empresa no estado é a falta de planejamento estratégico.
“Muitas empresas começam a empreender e não fazem a gestão financeira adequada
do negócio, não fazem a precificação correta e a análise de mercado adequada.
Algumas não sabem sequer calcular a margem financeira para saber se está tendo
lucro ou prejuízo”, afirma.
“Há ainda
a questão de mudança de mercado. Tem empresas que não conseguem se adaptar as
mudanças porque não criaram fôlego financeiro. Então, a falta de planejamento
também impossibilita a adequação de tecnologias por falta de orçamento. Aliado
a isso, há também a falta de conhecimento sobre qual a melhor linha de crédito
para o negócio, bem como fatores externos ligados à economia”, acrescenta
Liliane Rocha.
Por Correio24horas