Foto: Reprodução / GOVBA
O Brasil continua apresentando sinais de evolução na
cobertura vacinal infantil, conforme dados disponibilizados pelo Ministério da
Saúde. Seis dos 16 imunizantes preconizados para esse público superaram uma
taxa de 90% até 1º de outubro deste ano, o que, segundo a pasta, indica que
devem manter uma tendência de alta até o fim do ano.
Outros sete imunizantes apresentam até essa data taxa
superior a 80%. Somente varicela, tríplice viral D2 e febre amarela estavam na
casa dos 70%.
Três vacinas apareciam dentro da meta preconizada: BCG
(91,8%), vacina oral da poliomielite (95,6%) e a primeira dose da tríplice
viral (sarampo, caxumba e rubéola - 95,7%). Para a primeira, o objetivo é uma
cobertura de 90% e para as outras duas, de 95%, número que também é o alvo para
a maioria dos imunizantes.
Nísia Trindade, ministra da Saúde, afirma que os aumentos são
fruto dos investimentos da pasta na área. "A recuperação das coberturas
vacinais foi um pedido do presidente Lula, quando lançamos o Movimento Nacional
pela Vacinação, no início de 2023."
Eder Gatti, secretário do Departamento do Programa Nacional
de Imunizações, diz que os dados de cobertura vacinal são proporcionais ao
número de doses aplicadas até aquele período, dividido pelo acumulado de
nascidos vivos também do período.
Segundo ele, os dados até setembro deste ano, os mais
recentes disponíveis, indicam uma tendência de avanço da vacinação infantil e
que esse aumento ocorre desde dezembro de 2023.
"Qual é a tendência que estamos vendo? É de ainda mais
aumento e foi mais expressivo nas vacinas D1 [primeira dose] tríplice viral e
na VOP [vacina oral contra poliomielite] e VIP [vacina injetável contra
poliomielite]. A pólio teve um aumento principalmente na primeira dose de VOP e
o sarampo foi a primeira dose, embora o segundo reforço também tenha mostrado
um aumento", afirma Gatti.
"O fato de o governo ter colocado o PNI [Programa
Nacional de Imunização] dentro de um departamento no ministério dá condições de
elaborar políticas públicas de forma mais fácil, e os próprios governos
estaduais e municipais também aderiram."
Em geral, de acordo com o secretário, a adesão dos municípios
à estratégia foi muito positiva, embora não seja homogênea.
Um estudo do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a
Infância), divulgado em abril, apontou a redução de crianças que nunca
receberam uma dose contra a poliomielite de 9,5% (243 mil), em 2022, para 6,3%
(152,5 mil), em 2023. O indicador havia atingido o patamar mais baixo em 2021,
de 71,74%, segundo dados do Tabnet DataSUS.
Em julho deste ano, um novo levantamento do Unicef apontou
nova melhora nos indicadores de vacinação infantil no Brasil, com o número de
crianças consideradas zero dose (ou seja, aquelas que não receberam nenhuma
dose preconizada na infância) de DTP (difteria, tétano e coqueluche) caindo de
687 mil, em 2021, para 103 mil no último ano.
No início de novembro, o Brasil foi recertificado pela Opas
(Organização Pan-Americana da Saúde) pela eliminação de sarampo, rubéola e
síndrome da rubéola congênita. Desde 2022, o país não registra nenhum caso das
doenças.
De acordo com a pasta, a queda na imunização contra catapora
ocorreu devido à instabilidade do fornecimento de doses pelas fabricantes desde
2022. Ainda segundo o ministério, já foi realizado um novo contrato com três
fornecedores para normalizar a distribuição nos próximos meses.
Em nota publicada em seu site na última semana, a pasta disse
estar prevista a entrega de 1 milhão de doses até janeiro de 2025 por meio de
uma aquisição internacional. "Além desse contrato, foram compradas 5,5
milhões de doses do Instituto Butantan, com previsão de início de entregas para
janeiro de 2025", disse o ministério.
COBERTURA VACINAL NO BRASIL
COBERTURA VACINAL NO BRASIL
Imunizante 2022* 2023** 2024, até 1º/10. Meta
BCG 90,1% 77,5% 91,8% 90%
Hepatite B 82,7% 73,2% 86,9% 95%
Rotavírus humano 76,6% 84,3% 87,2% 90%
Meningococo C 78,6% 82,5% 85,5% 95%
Pentavalente (DTP/Hib/HB) 77,2% 83,7% 87,2% 95%
Pneumocócica 81,5% 86,9% 90,6% 95%
Poliomielite 77,2% 84,7% 86,4% 95%
Febre amarela 60,6% 69,6% 73,8% 95%
Hepatite A 73% 80,7% 83,3% 95%
Pneumocócica (1º ref) 71,5% 80,7% 92,4% 95%
Meningococo C (1º ref) 75,3% 81,4% 91,05% 95%
Poliomielite (1º ref) 67,7% 76,9% 95,6% 95%
Tríplice viral D1 80,7% 86,9% 95,7% 95%
Tríplice viral D2 57,6% 63,6% 78,7% 95%
DTP (1º ref) 67,4% 76,8% 86,1% 95%
Varicela 73,3% 69,9% 71,4% 95%
Fontes: *Tabnet/DataSus; **Ministério da Saúde - Cobertura
Vacinal - Residência
Por Bahia Notícias