Foto: Fernando Frazão / EBC
A Petrobras anunciou nesta quinta-feira (21) a distribuição
de R$ 20 bilhões em dividendos extraordinários a seus acionistas, liberando
finalmente parte do valor que havia sido retido no início do ano em processo
que culminou com a demissão de Jean Paul Prates da presidência da companhia.
A estatal afirmou que a decisão está alinhada à sua política
de remuneração, "que prevê que a Petrobras poderá realizar a distribuição
de remuneração extraordinária aos acionistas, desde que a sustentabilidade
financeira da companhia seja preservada".
O mercado esperava anúncio sobre os dividendos
extraordinários nesta quinta, quando o conselho de administração da Petrobras
se reuniu para discutir o primeiro plano de investimentos sob a gestão Magda
Chambriard.
O plano prevê investimentos de US$ 111 bilhões (R$ 640
bilhões), contra US$ 102 bilhões (R$ 580 bilhões) da versão anterior, e mantém
a previsão de distribuição de ao menos US$ 45 bilhões (R$ 256 bilhões) em
dividendos ordinários e de até US$ 10 bilhões (R$ 57 bilhões) em dividendos
extraordinários.
Os detalhes foram publicados pela Folha na segunda-feira
(18), o que levou a Petrobras a antecipar à CVM (Comissão de Valores
Mobiliários) a divulgação de parte dos números.
A área de exploração e produção terá um orçamento de US$ 77
bilhões (R$ 440 bilhões), com US$ 7,9 bilhões (R$ 45 bilhões) destinados à
busca por novas reservas em bacias do Sudeste, em novas fronteiras como a bacia
de Pelotas e as bacias da margem equatorial brasileira e em projetos na África.
A expectativa é repor reservas para tentar manter uma
produção média na casa dos 3,2 milhões de barris de petróleo e gás por dia na
próxima década, quando os campos gigantes do pré-sal começam a entrar em
declínio.
Na área de refino, o investimento proposto na versão
preliminar do plano sobe de US$ 17 bilhões (R$ 97 bilhões) para US$ 20 bilhões
(R$ 114 bilhões), com o avanço de obras da Refinaria Abreu e Lima, em
Pernambuco, e no Complexo Boaventura, antigo Comperj (Complexo Petroquímico do
Rio de Janeiro).
A direção da empresa propõe ainda um reforço na estratégia de
diversificação das atividades, com investimentos em petroquímica e
fertilizantes, abandonados no governo Jair Bolsonaro, mas no foco da política
desenvolvimentista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Nesse sentido, a Petrobras aprovou em outubro a retomada da
construção da unidade de fertilizantes de Três Lagoas (MS) suspensas desde
2015, com investimento previsto em R$ 3,5 bilhões. Antes, havia aprovado
retomada das operações da Araucária Nitrogenados, no Paraná.
Por Bahia Notícias