Foto: Matheus Landim / GOVBA
Em cerimônia, o governador Jerônimo Rodrigues (PT), a
ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, o presidente da Confederação Brasileira
de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues Gomes, e a secretária de Políticas para as
Mulheres da Bahia, Neusa Cadore, formalizaram a assinatura da Carta-Compromisso
pelo Feminicídio Zero, além do Acordo de Cooperação Técnica para a
implementação do protocolo Não é Não em arenas esportivas. O termo foi assinado
na noite desta terça-feira (19), na Casa de Apostas Arena Fonte Nova, antes do
confronto entre Brasil e Uruguai.
Segundo o governo, a parceria pretende garantir a segurança
de meninas e mulheres em estádios, arenas e outros espaços, sejam como
torcedoras, integrantes de equipes técnicas ou atletas. Entre as ações
conjuntas previstas estão o incentivo à inserção e permanência das mulheres no
esporte, desde as categorias de base, contribuindo para preparar o Brasil para
a Copa do Mundo de Futebol Feminino, que será sediada pelo país em 2027.
"Este protocolo, não pode ficar apenas no papel.
Continuaremos criando espaços para denúncias, mas, acima de tudo, nosso dia a
dia deve ser pautado por um comportamento antirracista e de combate ao
feminicídio”, pontuou.
FEMICÍDIO ZERO
A mobilização nacional permanente do Ministério das Mulheres,
intitulada Feminicídio Zero, reúne diversos setores da sociedade no compromisso
de erradicar a violência contra as mulheres, com ênfase nos feminicídios. Um
dos principais parceiros dessa iniciativa são os clubes de futebol,
considerando que, segundo uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança
Pública, há um aumento de 23,7% nos registros de ameaça contra mulheres nos
dias em que times locais disputam partidas. O levantamento foi realizado nas capitais
Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.
Como parte desse movimento, o Ministério das Mulheres, em
parceria com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República,
lançou a campanha Feminicídio Zero - Nenhuma violência contra a mulher deve ser
tolerada. A iniciativa ganhou visibilidade em mais de dez jogos das séries A, B
e C do Campeonato Brasileiro, com ações como: exibição de faixas, vídeos e
uniformes estampados com o selo do 'Ligue 180 - Central de Atendimento à
Mulher'.
“Independentemente de o time ganhar ou perder, o desafio é
usar o futebol como uma ferramenta para combater a violência contra as
mulheres. O estádio é um espaço, majoritariamente, ocupado por homens, e
precisamos que eles estejam ao nosso lado nessa luta contra o feminicídio, a
violência sexual e todas as formas de violência de gênero”, ressaltou a
ministra Cida Gonçalves.
PROTOCOLO NÃO É NÃO
Já a união do Ministério das Mulheres com a CBF busca
implementar o protocolo Não é Não, instituído pela Lei nº 14.597/2023, com o
objetivo de prevenir o constrangimento e a violência contra mulheres, bem como
garantir proteção às vítimas.
“Queremos fazer uma Copa cidadã, uma competição que respeite
as mulheres, valorize o tratamento digno ao ser humano e combata qualquer tipo
de humilhação ou violência, seja dentro ou fora de campo, ou no contexto do
futebol. É um evento que deve deixar um legado social e humano, muito além do
esporte”, afirmou o presidente da CBF Ednaldo Rodrigues.
Por Bahia Notícias