BrasÃlia
(DF), 29/05/2023 - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante
declaração à imprensa após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, no Palácio do Planalto. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil Crédito:
Marcelo Camargo/Agência Brasil
O domingo
promete ser tenso no país vizinho Venezuela. E até mesmo sangrento se as
palavras do ditador Nicolás Maduro se concretizarem. No comando do país
venezuelano desde 2013 após a morte do aliado Hugo Chávez , ele disse que
haverá um “banho de sangue” se perder a eleição para o adversário político
Edmundo González Urrutia. Pesquisa divulgada nesta semana apontou que o
oposicionista lidera com 60% das intenções de votos, segundo o Instituto
Delphos, já Maduro tem 24,6%.
A declaração
do ditador provocou reações, inclusive, do presidente brasileiro Luiz Inácio
Lula da Silva (PT), que tem sido aliado do regime chavista. O petista declarou
que ficou assustado com a fala do venezuelano, que respondeu com provocação.
"Quem se assustou que tome um chá de camomila", afirmou Maduro. A
Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) disse que a fala do
comandante venezuelano põe em xeque o pleito presidencial. Também informou que
há registros no país de “ataques” a líderes opositores e detenções arbitrárias
de ativistas e jornalistas.
No embate
com o Brasil, Maduro também atacou o sistema eleitoral do nosso país. Ele
mentiu e disse que as eleições brasileiras não são auditadas. O Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), que iria enviar técnicos para acompanhar o pleito na
Venezuela, desistiu depois da agressão do ditador. "A Justiça Eleitoral
brasileira não admite que, interna ou externamente, por declarações ou atos
desrespeitosos à lisura do processo eleitoral brasileiro, desqualifiquem-se com
mentiras a seriedade e a integridade das eleições e das urnas eletrônicas no
Brasil", afirmou o tribunal.
Se Lula tem
demonstrado incômodo com as falas de Maduro, o seu assessor especial para
assuntos internacionais, Celso Amorim, tem ‘passado pano’ para o ditador. Ele
disse que as declarações de Maduro sobre o sistema eleitoral "não foram
ofensivas conosco, que foram alusões". Afirmou também não acreditar que o
“banho de sangue” irá se materializar se o comandante venezuelano perder a
disputa eleitoral. "Não é desejável esse tipo de declaração, mas eu não
acredito que ela se materialize. E também, ele não colocou como um banho de
sangue imediato", afirmou, em entrevista à GloboNews.
Celso Amorim
desembarcou, nesta sexta-feira (26), na Venezuela para acomapnhar o pleito. E,
segundo a CNN, uma equipe de segurança foi com ele para protegê-lo. Também
nesta sexta, as autoridades venezuelanas fecharam as fronteiras, impediram que
um grupo de ex-presidentes latino-americanos, críticos de Maduro, viajasse para
observar as eleições, e proibiram a entrada da delegação com dez deputados e
senadores espanhóis em Caracas.
O fechamento
das fronteiras foi confirmado pelo general Domingo Hernández Lárez, comandante
da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) e deve valer até segunda-feira
(29), dia seguinte às eleições. O grupo é formado por Miguel Ángel Rodríguez
(Costa Rica), Jorge Quiroga (Bolívia), Vicente Fox (México) e Mireya Moscoso
(Panamá), todos membros da Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas
(Grupo IDEA), um fórum de direita que afirma defender a democracia na região.
Diante do
ambiente tenso na Venezuela, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei
Rodrigues, disse que há uma preparação para eventuais reflexos do pleito
venezuelano no Brasil. “Estamos monitorando a situação no local. Nossa equipe
de inteligência está atuando, e o efetivo da Operação Acolhida alerta,
inclusive para eventual aumento do fluxo (de imigração)”, contou ele, em
entrevista ao jornal Estado de S. Paulo.
*Com
informações de agências
Por
Correio24horas