
Campanha converte lacres de alumínio em cadeiras de rodas
para os pacientes da Osid Crédito: Divulgação/Osid
Celebrado nesta quarta-feira (5), o Dia Mundial do Meio
Ambiente chama a atenção para problemas ambientais e alerta para a importância
da preservação dos recursos naturais. Um desses atos é a reciclagem. Em
Salvador, as estações do Sistema Metroviário Salvador-Lauro de Freitas (SMSL)
foram transformadas em pontos de coletas de lacres de latinhas de alumínio, que
serão doados para as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) e convertidos em cadeiras
de rodas para os pacientes atendidos nos hospitais da instituição.
Iniciado em 2019, o “Lacre Solidário” é realizado de maneira
ininterrupta durante o ano. Na ação, os lacres são depositados em pontos de
coleta instalados nas estações de maior tráfego de passageiros e após a coleta
são doados para a Osid, que vende os materiais para cooperativas de reciclagem
e usa o dinheiro arrecadado para comprar as cadeiras de rodas que são
utilizadas pelos pacientes atendidos pela instituição. Em quatro anos, cerca de
4,8 toneladas foram arrecadadas com a ação e renderam 37 cadeiras de rodas para
as obras.
“A gente faz a coleta, guarda nas instalações e, assim que
temos uma quantidade razoável de lacres, chamamos as Osid para realizar a
entrega. Ao todo, foram quase cinco toneladas de alumínio que deixaram de ir
para aterros sanitários", afirmou Gabriella Brito, gerente de Sistema de
Gestão Integrada da CCR Metrô Bahia, administradora do modal.
Na última entrega feita pela CCR, cerca de 3 toneladas de
alumínio foram repassadas para as Osid e a venda dos objetos resultou na compra
de 27 cadeiras. Ainda segundo Gabriella, o sucesso gerou uma ramificação da
campanha: o “Lacre Express”, onde equipes da empresa buscam os materiais na
casa de clientes que realizam a coleta de forma independente. Para isso, é
necessário que o usuário tenha acumulado um mínimo de 15 garrafas cheias ou
cinco quilos dos resíduos.
“A gente sabe que nem todo mundo tem mobilidade ou condições
de levar uma quantidade grande de lacres para os coletores. Quem tiver coletado
os lacres em casa ou na comunidade pode entrar em contato com a ouvidoria, que
pega as informações de endereço, contato, quantidade e vamos até a residência
da pessoa buscar", contou Gabriella.
Segundo a Assistente Social das Obras Sociais Irmã Dulce,
Lúcia Chaves, a liberação das peças é feita após os médicos da organização
enviarem um relatório informando a necessidade do uso da cadeira de rodas, a
falta de recursos do paciente e a importância do objeto para o tratamento. Dos
37 equipamentos comprados, três ainda estão nas obras aguardando novos pedidos.
“Nós precisamos ter a certeza de que esses internos vieram
por solicitação médica. As cadeiras ficam conosco e, conforme eles são
encaminhados, é feita a avaliação social e a liberação. Além disso, é feito um
documento de uso de imagem, caso haja a necessidade de mostrar a entrega para o
doador. A maior parte das pessoas que recebem as peças fazem tratamento dentro
das obras, mas pacientes de outras unidades com relatórios também foram
liberados”, explicou.
A maioria dos beneficiados são pessoas que tiveram membros
inferiores amputados por problemas relacionados a diabetes ou que estão
debilitados devido ao tratamento contra o câncer. Lúcia relata que os
equipamentos contribuem na recuperação dos pacientes após o período no
hospital.
“As cadeiras fazem com que o paciente se sinta confortável e
mantenha sua independência e o seu convívio em sociedade. Muitos deles se
sentem mal pelas limitações de locomoção e essa campanha ajuda na retomada da
sua confiança e da sua autoestima. É uma sensação muito boa ver como eles ficam
após receber esse aparelho que vai mudar o seu trajeto”, finalizou.
O Dia Mundial do Meio Ambiente é celebrado no dia 5 de junho.
A data foi criada em 1972 durante uma Assembleia Geral da Organização das
Nações Unidas (ONU) na cidade de Estocolmo, na Suécia. A data marcou a abertura
da Conferência de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano. No mesmo dia, uma
resolução adotada pela assembleia, resultou na criação do Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
*Com orientação da subeditora Monique Lôbo
Por Correio24horas