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O presidente da Câmara, deputado
Arthur Lira (PP-AL), em entrevista coletiva na noite desta terça-feira (4),
disse que não há garantia de que os deputados votem o projeto que cria o
Programa Mover caso haja mudança no texto feita pelos senadores. O projeto teve
sua votação adiada para a sessão desta quarta (5) depois que o relator, senador
Rodrigo Cunha (Podemos-AL), apresentou parecer retirando do texto o polêmico
“jabuti” que cria taxa de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50.
Para Arthur Lira, alterações no
texto que eventualmente forem feitas no Senado podem não ser bem recebidas na
Câmara, e com isso o prejuízo maior seria do Programa Mover, que prevê créditos
financeiros para que as empresas invistam em descarbonização.
“O que eu não sei é como os
deputados irão encarar uma votação que foi feita por acordo, se ela retornar. O
Mover tem sérios riscos de cair junto, de não ser mais votado na Câmara. Isso
eu penso de algumas conversas que eu tive”, disse Arthur Lira.
O presidente da Câmara disse que
os deputados estão “pacientemente esperando” o que vai sair da votação do
Senado. Lira disse ainda que espera que haja transparência e altivez na
discussão, sem subterfúgios ou, segundo ele, “falsas narrativas”, como a de que
o projeto apenas busca taxar as compras internacionais.
“Não é fácil você votar uma
matéria quando ela tem uma narrativa antagônica de taxar blusinhas. Você quando
se refere apenas a taxar blusinhas, não estamos tratando disso. Nós estamos
falando de emprego, de regulamentação de setores, de justiça, de competição, de
manutenção da indústria nacional, que já está quase que de nariz de fora”,
concluiu o deputado.
Arthur Lira declarou ainda que,
em conversa com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi informado
que líderes de alguns partidos, como Eduardo Braga, do MDB, estão se
organizando para retomar a questão da chamada "taxa das blusinhas" por
meio de um destaque. Desta forma, mesmo que o relator tire o dispositivo do
projeto, o item retornaria ao texto da proposição por meio do destaque,
caso seja aprovado.
"Um fato importante é que
as coisas, mais uma vez, têm que ter uma orientação única com relação aos
acordos que são firmados entre as matérias que tramitam no Congresso Nacional.
Eu penso que o governo irá corrigir e votar um texto que foi acordado",
concluiu o presidente da Câmara.