Foto: Bruno Cantini / Atlético-MG
O relatório
da CPI das Pirâmides Financeiras, realizada na Câmara dos Deputados, foi
entregue ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB/MA),
nesta terça-feira (17). O documento pede o indiciamento dos ex-jogadores
Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Assis. A conclusão é que a dupla cometeu
estelionato através de uma empresa de comercialização de criptomoedas e que
deixou investidores no prejuízo.
"Não é
nada fácil para nós, deputados, fazer o indiciamento de uma pessoa tão querida
e famosa em campo como o Ronaldinho Gaúcho. Mas nós nos deparamos com uma
situação de milhares de pessoas lesadas por um esquema criminoso que ele fez
propaganda. Mais do que isso, além de fazer propaganda, o Ronaldinho Gaúcho era
anunciado pela 18K Ronaldinho como sócio-fundador dessa empresa toda",
lamentou o deputado Ricardo Silva (PSD/SP), relator da CPI.
Após não
atender às primeiras convocações e se tornar alvo de condução coercitiva,
Ronaldinho Gaúcho prestou depoimento à comissão no final de agosto e negou ser
sócio da empresa, além de se manter em silêncio em boa parte dos
questionamentos dos deputados. O ex-craque do Barcelona e da Seleção Brasileira
ainda afirmou que teve a imagem usada indevidamente e que o contrato assinado
previa apenas cessão de direitos de imagens para venda de relógios. Segundo as
investigações da CPI, a empresa prometia rendimentos diários de 2% com ganhos
que poderiam chegar a 400% por mês. No entanto, as contas dos investidores
foram encerradas sem que os valores fossem pagos gerando o prejuízo.
Dino não
deu prazos para adotar as medidas propostas no relatório. Porém, prometeu que
os 45 pedidos de indiciamento serão entregues à Polícia Federal e Ministério
Público Federal para análise.
"A
partir dessa velocidade que o relatório da CPI propicia, nós vamos ter uma
questão de meses à conclusão de alguns desses procedimentos. É claro que serão
muitos, porque são 45 indiciamentos feitos pela CPI e isso terá desdobramentos.
Afirmo que os primeiros resultados serão em meses. Claro que casos mais
complexos demandarão investigações complementares mais longas da Polícia
Federal para envio ao Ministério Público (Federal)", afirmou o ministro.