Os pilotos e comissários de empresas aéreas aprovaram a proposta de reajuste salarial e encerraram a greve que durou cinco dias e paralisou voos na semana que antecedeu o Natal. A proposta, que prevê reajuste de 6,97% sobre salários e benefícios, foi aceita por 70% da categoria.
No fim da noite da última sexta (23), os aeronautas haviam decidido suspender a paralisação durante este fim de semana para que a categoria pudesse votar a nova proposta feita pelas companhias aéreas.
A greve vinha sendo realizada diariamente desde a última segunda-feira (19), sempre das 6h às 8h. Quem aderiu ao movimento se apresentava para trabalhar, mas não fazia a decolagem.
"Eu queria realmente agradecer a todos que estiveram conosco nos aeroportos, que estiveram conosco paralisando os voos, isso fez toda a diferença", disse neste domingo (25) o presidente o SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas), Henrique Hacklaender, na transmissão em vídeo que anunciou o resultado. "Conseguimos fazer uma renovação, trazer melhorias financeiras, melhorias na parte social, algo que já não se via havia algum tempo."
A votação divulgada neste domingo analisou a terceira proposta feita aos pilotos, copilotos e comissários. As empresas ofereceram um reajuste de 6,97% --considerando inflação pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) mais 1%-- sobre todas as cláusulas econômicas, como salários fixos e variáveis, diárias nacionais (diárias internacionais não entram no reajuste), vale-alimentação, piso salarial, seguro, entre outros.
A proposta também requer folgas com horários definidos publicadas em escala --mudanças, dependendo da situação e do tempo de antecedência de aviso, podem gerar multas de R$ 500.
Nos cinco dias, a paralisação ocorreu nos aeroportos de Congonhas (São Paulo), Guarulhos (SP), Galeão, Santos Dumont (ambos no Rio), Viracopos (Campinas), Porto Alegre, Fortaleza, Brasília e Confins (Grande Belo Horizonte).
Segundo o SNA, foi a paralisação mais longa na história da categoria.
"Essa proposta pode não parecer o melhor dos mundos, e não é. O melhor dos mundos é a gente se sentar a uma mesa de negociação com respeito da outra [parte], e não é o que acontece", disse a diretora de administração e finanças do SNA, Lília Cavalcanti.