A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) reajustou a tabela de remuneração dos médicos anestesiologistas lotados com vínculo de pessoa jurídica (PJ) no Hospital Geral do Estado (HGE), no Hospital Geral Ernesto Simões (HGESF) e no Hospital Geral Roberto Santos (HGRS).
A portaria que altera os vencimentos destes profissionais foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) da última quinta-feira (14). O impacto da mudança, estimou a pasta, será de R$ 17,7 milhões ao ano.
O montante que custeará a nova tabela virá de recursos não vinculados do tesouro estadual, além de outros recursos vinculados à Saúde e do Fundo Nacional de Saúde.
Os pagamentos dos anestesistas pelos serviços prestados serão divididos em "parte fixa" e "parte variável", esta última referente ao critério de produtividade destes servidores.
Os médicos receberão por cada plantão de 12 horas, ao trabalhar de segunda-feira a sexta-feira, R$ 1.300 pelas anestesias em procedimentos cirúrgicos oncológicos, no sistema nervoso, vias áereas, entre outras. Aos sábados e domingo o valor será de R$ 1.400.
No caso de operações obstetrícias, a remuneração será de R$ 1.800 por plantão. Durante os finais de semana, os anestesiologistas irão receber R$ 2 mil.
Com relação ao quesito "parte variável", os colaboradores em questão poderão ser pagos, de acordo com o procedimento, com quantias que variam de R$ 110 a R$ 450.
FALTA DE ANESTESIOLOGISTAS NO HGRS
No início de dezembro, uma manifestação do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) chamou a atenção para a falta de profissionais médicos anestesiologistas no Hospital Geral Roberto Santos (HGRS).
Admitida em parte pela gestão da unidade, a situação, entretanto, não estaria causando uma desassistência. Ao Bahia Notícias, a assessoria de imprensa do hospital, o maior gerido pelo setor público no estado, afirmou que o quadro de colaboradores dispõe de profissionais desta especialidade durante 24h, em todos os dias da semana.
De acordo com o Roberto Santos, apesar de a unidade não estar com o número completo de anestesistas, não há desassistência. "A Sesab já trabalha para ampliar o número destes profissionais", pontuou o órgão na oportunidade, que agora anunciou o reajuste nos valores remuneratórios.
Apesar disso, como apontou o presidente do Cremeb, Otávio Marambaia, a entidade tem feito, desde o ano passado, fiscalizações, além de ter aberto sindicâncias e processos éticos profissionais para corrigir a situação.
O quantitativo de médicos disponibilizados, segundo o conselho, não estaria cobrindo a alta demanda de pacientes. "Quando ouço dizer que tem anestesista suficiente de plantão, não é verdade. Um hospital daquele porte ter dois anestesiologista de plantão durante a madrugada, isso é nada para um hospital daquela condição", disse.
A situação fez, inclusive, com que a Sociedade Brasileira de Anestesiologia pedisse o descredenciamento da residência de Anestesiologia da unidade.