O avião que caiu na China na manhã desta segunda-feira (21) despencou 7.856 metros em menos de 2 minutos, mostram dados do voo divulgados pelo Flightradar24, site que monitora o movimento de aviões em todo o mundo, em uma trajetória de queda incomum, na avaliação de especialistas.
Segundo a Folha de São Paulo, os dados ADS-B (Vigilância Dependente Automática por Radiodifusão, na sigla em inglês) mostram ainda que, segundos antes da colisão, quando estava a 2.260 metros de altitude (7.425 pés), a aeronave conseguiu se recuperar um pouco e subir a 2.620 metros (8.600 pés), antes de voltar a cair. Na sequência, quando o sistema para de registrar a altitude, o avião estava a menos de 1 quilômetro do solo.
Segundo o Flightradar24, nos momentos finais a aeronave ia em direção ao chão a uma velocidade de 567 km/h.
Vídeo do que seria o momento da queda, publicado pela imprensa local, chama a atenção pela trajetória da aeronave, quase perpendicular ao solo. Henrique Hacklaender, piloto de aviação comercial há 12 anos e diretor do Sindicato Nacional dos Aeronautas, afirma que esse tipo de queda não é comum.
Ele compara o caminho feito pelo voo da China Eastern com a trajetória de queda do voo 1907, da Gol, em 2006, que também caiu de forma brusca, em apenas 63 segundos —na ocasião a aeronave desceu em espiral. Naquele episódio, o veículo brasileiro foi atingido a 37 mil pés (11,3 mil metros de altitude) por outro avião e teve sua estrutura comprometida no ar, o que explica a queda agressiva, segundo Hacklaender.
O Boeing 737-800 da China Eastern caiu com 132 pessoas a bordo em uma região montanhosa no sul da China, durante um voo doméstico por volta das 14h desta segunda, no horário local, ainda madrugada no Brasil. O voo havia saído de Kunming, capital da província de Yunnan, em direção a Guanzhou, capital de Guangdong, na fronteira com Hong Kong, quando caiu próximo a Wuzhou.