
Foto: Antonio Augusto/STF
O Supremo Tribunal Federal (STF), através de despacho do
ministro Flávio Dino, deu dez dias de prazo para que a Câmara dos Deputados, o
Senado Federal, o Congresso Nacional, partidos políticos e entidades envolvidas
expliquem a suposta existência de “emendas de comissão paralelas” e de um “novo
Orçamento Secreto no Ministério da Saúde”.
Dino, que é o relator da Arguição de Descumprimento de
Preceito Fundamental (ADPF) 854, foi informado pela Associação Contas
Abertas, pela Transparência Brasil e pela Transparência Internacional Brasil de
que haveria uma “manobra” para dificultar o rastreamento de parte das emendas
parlamentares.
Segundo as três entidades, admitidas na ação como
interessadas, haveria uma nova modalidade de destinação de emendas de comissão
e de bancada para as quais o legislativo teria disponíveis valores da ordem de
R$ 8,5 bilhões no orçamento da União. Para viabilizar a execução dessas
emendas, o código de identificação desses pagamentos teria sido alterado para
burlar as exigências de transparência e rastreabilidade impostas pelo STF.
As entidades também apontam que parlamentares estariam
fazendo indicações de gastos de menos R$ 3 bilhões do orçamento do Ministério
da Saúde que poderiam configurar “um novo orçamento secreto”.