Foto: Kremlin/Divulgação

O presidente Vladimir Putin disse em vídeo transmitido neste domingo (4) que a Rússia tem força e recursos suficientes para vencer a Guerra na Ucrânia sem necessidade da utilização de armas nucleares.
 

Em gravação exibida na televisão estatal sobre os 25 anos de Putin como líder russo, intitulada "Rússia, Kremlin, Putin, 25 anos", o presidente foi questionado por um repórter sobre o risco de escalada nuclear no conflito em curso há mais de três anos.
 

"Eles queriam nos provocar para que cometêssemos erros", disse Putin. "Não houve necessidade de usar essas armas e espero que não sejam necessárias. Temos força e meios suficientes para levar o que foi iniciado em 2022 a uma conclusão lógica, com o resultado que a Rússia almeja."
 

Putin ordenou que milhares de soldados russos invadissem a Ucrânia em fevereiro de 2022, desencadeando o pior conflito na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945) e o mais grave confronto entre Moscou e o Ocidente desde o auge da Guerra Fria (1947 - 1991).
 

O russo, um ex-tenente-coronel da KGB no poder desde o último dia de 1999, é o líder do Kremlin com mais tempo no cargo desde Josef Stalin, que governou por 29 anos até a sua morte, em 1953.
 

Dissidentes -parte deles agora na prisão ou no exterior- descrevem Putin como um ditador. Apoiadores, por sua vez, consideram o líder um salvador que tem resistido a investidas da Otan, a liderança militar ocidental liderada pelos EUA, e que pôs fim ao caos no país após a desintegração da União Soviética, em 1991. Segundo pesquisadores russos, o presidente tem índices de aprovação acima de 85%.
 

Na gravação, cuidadosamente coreografada, Putin aparece oferecendo chocolates a Pavel Zarubin, um importante propagandista russo, em sua cozinha no Kremlin. O presidente contou ter se ajoelhado para orar pela primeira vez durante a crise do teatro Nord-Ost, ocorrida em Moscou no ano de 2002, quando rebeldes da Chechênia fizeram cerca de 900 pessoas reféns, e mais de 130 deles foram mortos.
 

"Não me sinto como algum tipo de político", disse Putin sobre seus 25 anos no poder, incluindo o período em que foi primeiro-ministro. "Continuo respirando o mesmo ar que milhões de cidadãos russos. Isso é muito importante. Se Deus quiser, que continue pelo maior tempo possível. E que não desapareça."
 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alertou que o conflito na Ucrânia poderia se transformar na Terceira Guerra Mundial. O ex-diretor da CIA, William Burns, disse que havia um risco real, no final de 2022, de que a Rússia pudesse usar armas nucleares, afirmação que foi negada por Moscou.
 

Centenas de milhares de pessoas foram mortas ou feridas na guerra ora em curso, e Trump afirma querer acabar com o "banho de sangue" que seu governo caracteriza como um conflito por procuração entre os Estados Unidos e a Rússia.
 

Trump tem sinalizado há semanas que está frustrado com o fracasso de Moscou e Kiev em chegar a um acordo para encerrar a guerra, embora o Kremlin diga que as negociações são complexas. Putin retrata a guerra como um momento decisivo nas relações de seu país com o Ocidente.
 

O governo russo também confirmou neste domingo que o líder chinês Xi Jinping fará uma visita oficial a Moscou entre os dias 7 e 10. Xi já havia confirmado sua participação no desfile que marca os 80 anos do Dia da Vitória, em homenagem à derrota da Alemanha nazista pela União Soviética e seus aliados. Outros líderes mundiais, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também estarão presentes no evento.

 

Por Bahia Notícias