
Supermercado
na Barra Crédito: Divulgação Defensoria Pública
Gás de
cozinha, ovos e café. Esses três são os grandes vilões da inflação de março na
Região Metropolitana de Salvador (RMS), segundo a prévia (IPCA - 15). Os
produtos ajudaram a alavancar o índice, enquanto os consumidores criam
estratégias para fugir dos alimentos mais caros. Mas há previsão de redução dos
preços em um horizonte próximo?
Especialistas
ouvidos pelo CORREIO dizem que, em alguns casos, os alimentos devem baratear
ainda neste ano. A inflação acumulada nos últimos 12 meses na Região
Metropolitana de Salvador é de 5,43% - a quarta mais alta do Brasil. Quem puxa
o índice para cima são os alimentos, especialmente. A prévia para março é de
aumento de 26,87% para o ovo de galinha, 7,07% para o café moído e 3,62% no gás
de botijão.
Em um
supermercado de Salvador, o preço da placa com 30 ovos custa entre R$ 25,89 e
R$ 35,90. Por trás dos valores está o aumento das temperaturas e os custos de
produção. A previsão é de redução de preço nos próximos meses, segundo o
economista Edval Landulfo, vice-presidente do Conselho Regional de Economia da
Bahia.
Isso porque
é esperado a redução das temperaturas, que, quando altas demais, impactam
negativamente a produção. Outro fator é a isenção de impostos para a importação
do milho, utilizado na ração dos animais. A medida começou a valer neste mês.
"A expectativa é que a produção de grãos tenha uma boa safra. Além disso,
houve renovação das galinhas poedeiras.
Os animais
são criados exclusivamente para a produção de ovos. O economista explica que
animais mais velhos foram descartados e os impactos da renovação devem ser
positivos nos próximos meses. Outro fator que deve ser considerado é a passagem
do "efeito quaresma", como pontua Mariana Viveiro, supervisora
de disseminação de informações do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
"A
proximidade de momentos festivos, como a Semana Santa, pressiona a demanda por
alimentos, o que interfere nos preços. Então é provável que haja redução nas
próximas semanas", explica.
A previsão
não é boa para o café. O economista Edval Landulfo avalia que uma redução
significativa só deve ocorrer em dois anos. "O preço do café vai depender
muito da produção, que é bianual. É preciso que ocorra um bom plantio,
boa expectativa de colheita da safra. Então, os especialistas estão
colocando aí entre dois e quatro anos para haver uma normalização no
mercado", explica. Em Salvador, o preço de um pacote de café (250 gramas)
custa entre R$ 16 e R$ 20.
Por
Correio24horas