
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom / EBC
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve enviar na
sexta-feira (28) à Câmara dos Deputados um projeto de lei para viabilizar o
pagamento do reajuste dos servidores públicos federais, segundo o líder do
governo no Parlamento, deputado federal José Guimarães (PT-CE).
O acordo fechado em 2024 entre o governo e as categorias do
funcionalismo federal havia sido formalizado em uma medida provisória (MP)
enviada pelo governo ao Congresso Nacional no último dia do ano. Além do
pagamento de 9% de aumento salarial, a MP também prevê a criação de carreiras,
a reestruturação de cargos e novas regras para gratificações e remunerações.
Até a semana passada, a votação pendente da Lei Orçamentária
Anual (LOA) para 2025 era o que impedia o pagamento dos reajustes. O texto
orçamentário foi aprovado e agora é a MP o problema, pois ela perde a validade
em abril e a análise do texto nem começou.
Uma comissão formada por senadores e deputados precisaria ser
criada, para só então a análise começar. A MP também prevê que a incorporação
do reajuste seja paga retroativamente, pois estabelece que eles valem desde 1º
de janeiro.
O Ministério da Gestão e Inovação (MGI) foi procurado, mas
ainda não respondeu. Segundo Guimarães, o projeto de lei será enviado pela
pasta e tramitará com regime de urgência. A decisão por uma tramitação
acelerada será do presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB).
Sob Arthur Lira (PP-AL), o expediente foi usado com
frequência. Com a urgência, os projetos não passam por comissões e vão direto
ao plenário. O líder do governo disse considerar que a viabilização do reajuste
dos servidores é um caso que cabe o regime de urgência.
Lideranças dos sindicatos de servidores que negociaram o
acordo em 2024 chegaram a pedir ao governo o pagamento do reajuste por meio de
folha de pagamento suplementar, mas não tiveram resposta. Eles também não foram
oficialmente informados do envio do PL.
A preocupação do Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais de
Serviços Públicos Federais) é que o processamento do reajuste e dos valores
atrasados na mesma folha do pagamento mensal aumenta o risco de erro no cálculo
do Imposto de Renda dos servidores.
Se o projeto de lei não tramitar com urgência, pode ser que o
reajuste e os valores retroativos fiquem somente para junho. Durante a
tramitação do projeto do Orçamento, o MGI disse que o dia 15 é o limite para o
processamento da folha de pagamento.
O acordo com servidores prevê que os reajustes seriam pagos
em janeiro de 2025 e em abril de 2026. Neste ano, o impacto financeiro será de
R$ 17,9 bilhões. Para 2026, serão R$ 8,5 bilhões.
Por Bahia Notícias