
Farmacêuticos
poderão prescrever medicamentos Crédito: Shutterstock
O Conselho
Federal de Medicina (CFM) entrou na Justiça contra a medida que permite aos farmacêuticos prescreverem remédios.
A norma do Conselho Federal de Farmácia (CFF), liberando a ação, foi
divulgada no Diário Oficial da última segunda-feira (17).
Para o CFM,
a prescrição de medicamentos por farmacêuticos é ilegal e coloca pacientes em
risco. Ainda de acordo com o Conselho, a prescrição exige investigação,
diagnóstico e definição de tratamento, que são competências exclusivas do
médico. A ação judicial foi protocolada pelo órgão na quinta (20), após
manifestação pública do CFM.
"Trata-se
de uma invasão flagrante das atribuições médicas", escreve o CFM em nota
divulgada no site oficial do Conselho. "O CFM repudia veementemente essa
resolução, que coloca a saúde pública em perigo ao permitir que não médicos,
sem formação clínica adequada, prescrevam remédios. Tal prática pode levar a
óbitos, sequelas e danos irreparáveis. Se o CFF deseja que farmacêuticos atuem
como médicos sem diploma, questiona-se a própria necessidade da existência da
profissão de farmacêutico e de seu conselho".
Também em
seu site oficial, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) rebate: "Os
farmacêuticos conquistaram o direito à prescrição de medicamentos no Brasil há
12 anos. Sobre a Resolução nº 5/2025, ressalta-se que não há nenhuma novidade
em relação à prescrição em si. O que o Conselho Federal de Farmácia fez foi
aprimorar os instrumentos normativos para a fiscalização e garantir maior
segurança para pacientes e profissionais. A norma vincula a prescrição
farmacêutica ao Registro de Qualificação de Especialista (RQE), aprovado pela
Resolução nº 4/2025, e que é um mecanismo recém-adotado pelo CFF para assegurar
que os farmacêuticos atuem de acordo com sua formação e especialização. Agora,
a sociedade vai poder consultar quais farmacêuticos são prescritores diretamente
no site do CFF, melhorando substancialmente a fiscalização e promovendo o
melhor cuidado em saúde.
O CFF,
porém, destaca que "o farmacêutico não pode prescrever todo tipo de
medicamento. Sua atuação sempre esteve e continua limitada à prescrição de
medicamentos isentos de prescrição e tarjados". "Os farmacêuticos não
podem prescrever medicamentos que possuem notificação de receita, como os
chamados de tarja preta. Ou seja, nenhuma prescrição feita por um farmacêutico
será baseada em achismo ou interesses comerciais, mas, sim, na melhor ciência
disponível", diz a nota.
Ao UOL, o
órgão disse que seguirá firme "na defesa desse direito assegurado em lei
aos farmacêuticos de contribuir efetivamente para a saúde pública no
Brasil".
Por
Correio24horas