
Foto: Ricardo Stuckert / PR
A primeira rodada de 2025 da pesquisa "O que pensa o
mercado financeiro", realizada pela Genial/Quaest, indica a manutenção da
avaliação negativa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O índice
de desaprovação segue elevado, atingindo 88% contra 90% registrados em dezembro
de 2024.
O levantamento também mostra um aumento expressivo na
reprovação ao trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Sua avaliação
negativa subiu de 24% para 58%, enquanto a aprovação caiu de 41% para 10% no
período.
Já o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, apresenta
um cenário mais favorável. Ele é bem avaliado por 45% dos entrevistados e sua
gestão é considerada regular por 41%. Apenas 8% classificam seu desempenho como
negativo. Em relação às suas decisões, 58% afirmam que ainda é cedo para uma
análise definitiva, enquanto 38% avaliam que foram fundamentadas tecnicamente e
5% as consideram políticas.
EXPECTATIVAS ECONÔMICAS SEGUEM PESSIMISTAS
A percepção do mercado em relação à economia segue negativa.
Entre os entrevistados, 83% preveem piora nos próximos 12 meses. Para 2025, 58%
projetam recessão e 82% acreditam que a inflação encerrará o ano em um patamar
superior ao de 2024. Além disso, 90% consideram que a redução das tarifas de
importação não será eficaz para baixar os preços dos alimentos.
A pesquisa também identificou ceticismo quanto à
governabilidade do governo Lula. Para 98% dos entrevistados, a reforma
ministerial não solucionará os impasses políticos. Além disso, 90% avaliam que
a nomeação de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais foi
um erro.
Em relação às projeções econômicas para o ano, o mercado
estima uma inflação acumulada de 6,01%, taxa Selic de 14,73% e dólar a R$ 5,96.
A expectativa é que a taxa básica de juros suba um ponto percentual na reunião
de março do Comitê de Política Monetária (Copom).
IMPACTO EXTERNO E ELEIÇÕES DE 2026
O estudo também analisou a influência da política
norte-americana na economia brasileira. Para 66% dos entrevistados, o novo
governo de Donald Trump terá impacto negativo no Brasil, enquanto 20% não
esperam efeitos significativos e 9% preveem impacto positivo. No entanto, 78%
acreditam que as tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos terão pouca
influência sobre a economia nacional.
A pesquisa avaliou ainda as expectativas para a eleição
presidencial de 2026. A crença de que o presidente Lula buscará a reeleição
continua em queda: em março de 2024, 86% consideravam essa possibilidade; em
dezembro, o percentual caiu para 70% e, na rodada atual, recuou para 60%. A
percepção de uma eventual derrota de Lula cresceu, com 66% dos entrevistados
apostando que ele perderia a disputa, contra 27% que acreditam em sua
reeleição.
Caso o presidente não concorra, Fernando Haddad é apontado
como o principal nome da esquerda por 57% dos entrevistados. No campo
adversário, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, é visto como o
candidato com mais chances de derrotar a esquerda, segundo 93% dos
participantes da pesquisa. Em segundo lugar aparece Eduardo Bolsonaro, com 3%.
A pesquisa foi realizada entre 12 e 17 de março, por meio de
entrevistas on-line com 106 fundos de investimentos sediados em São Paulo e no
Rio de Janeiro.
Por Bahia Notícias