
Foto: Gilberto Sousa / CNI
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considerou
desnecessária a decisão do Comitê de PolÃtica Monetária (Copom) de elevar a
taxa Selic em um ponto percentual, passando de 13,25% para 14,25%. O anúncio,
feito nesta quarta-feira (19), coloca os juros básicos no maior patamar desde 2016 e,
segundo a CNI, deve prejudicar o crescimento da economia sem necessidade para o
controle da inflação.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, criticou a medida,
afirmando que a desaceleração econômica já em curso seria suficiente para
conter a inflação. Ele destacou que a taxa de juros real já está 3,5 pontos
percentuais acima da taxa neutra estimada pelo Banco Central, o que tem impacto
negativo no setor produtivo.
Para a CNI, a polÃtica monetária restritiva já resultou no
aumento do custo do crédito. Em setembro de 2024, quando o Copom começou a
elevar a Selic, a taxa média de juros para os tomadores de crédito era de
27,54% ao ano. Em janeiro de 2025, esse Ãndice subiu para 29,82% ao ano,
dificultando o acesso a financiamentos tanto para empresas quanto para
consumidores.
Além disso, o aperto monetário pode desacelerar ainda mais a
economia, reduzindo investimentos, dificultando a geração de empregos e
encarecendo o consumo de bens duráveis, como automóveis e eletrodomésticos. A
CNI também aponta que a desaceleração do mercado de trabalho e o menor ritmo da
polÃtica fiscal devem agravar esse cenário em 2025.
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu apenas 0,2%
no quarto trimestre de 2024, um desempenho abaixo do esperado. O consumo das
famÃlias, um dos principais motores do crescimento, caiu 1% no perÃodo, a
primeira retração desde 2021.
O setor produtivo também apresenta dificuldades. Entre
outubro e dezembro de 2024, a produção industrial caiu 1,2%, e em janeiro de
2025 ficou estagnada em relação ao mês anterior. O setor de serviços recuou
0,2%, registrando a terceira queda consecutiva, enquanto as vendas do comércio
varejista restrito caÃram 0,1% no mesmo perÃodo.
Por Bahia NotÃcias