Foto: Joa Souza / GOVBA

Após diferentes previsões acerca de entregas, o Hospital de Cuidados Paliativos (HCP) ganhou nova projeção para ser entregue de forma definitiva em Salvador. O novo equipamento de saúde, inédito na Bahia e no Brasil, deve ser inaugurado no próximo dia 31 de janeiro, em uma cerimônia realizada no local onde a unidade funcionará, no bairro do Mont Serrat, no antigo Couto Maia. 

 

O evento deve contar ainda com a presença da ministra da saúde, Nísia Trindade. Em entrevista ao Bahia Notícias, a coordenadora do Núcleo de Cuidados Paliativos da Sesab, Karoline Apolônia, revelou que o hospital será administrado por uma organização social baiana. 

 

Trata-se da Obras Sociais Irmã Dulce, que vai ser o responsável pela gestão e operação da unidade de saúde. Além disso, a expectativa da autarquia é uma média estimada de 168 atendimentos por mês e 2.016 ano, de pacientes internados, e uma média de 600 atendimentos ambulatoriais por mês, podendo ser feito presencialmente ou por telemedicina.

 

Já o funcionamento dos pacientes vai acontecer através da central de regulação de leitos. Segundo a coordenadora, o novo serviço de saúde vai contemplar qualquer usuário do SUS, que estejam condicionados a receber os cuidados paliativos. 

 

“Os pacientes que terão acesso aos cuidados no hospital, no Mont Serrat, serão qualquer usuário do SUS. Porém, como um dos princípios de qualidade de vida para muitos pacientes é estar próximo à família, hoje na Bahia dispomos de equipes de cuidados paliativos na rede em todas as nove macrorregiões de saúde, facilitando com que esse paciente não necessite se deslocar para a capital para receber essa assistência”, relatou. 

 

“O hospital irá dispor de um suporte de telemedicina que poderá apoiar as equipes, por exemplo, da atenção primária na condução dos casos, possibilitando que o paciente com uma condição de saúde, de maior fragilidade, tenha dignidade em seu processo de adoecimento no local onde deseja estar”, indicou. 

 

De acordo com a médica, uma equipe interna do equipamento de saúde vai avaliar quais pacientes serão transferidos para a nova unidade de saúde. 

 

“Os pacientes chegarão ao serviço através da central de regulação de leitos, uma equipe interna da instituição irá fazer a avaliação caso a caso para o direcionamento da instituição”, disse Apolônia. 

 

Conforme Karoline, o grupo vai avaliar cada caso de pacientes que estão com doenças graves com a possibilidade de vida ameaçada. Os pacientes com indicação de cuidados paliativos terão solicitações para serem transferidos via regulação. 

 

A comissão do Hospital de Cuidados Paliativos que vai analisar os prontuários e que poderá fazer uma visita conforme de complexidade do paciente.  

 

“[A seleção] ocorrerá através de critérios estabelecidos, pacientes com doenças graves, que acarretem sofrimento e que ameacem a continuidade da vida”, explicou a especialista. 

 

O equipamento hospitalar vai contar ainda com um espaço para internação e uma área ambulatorial. No primeiro local, pacientes que vão receber o tipo de tratamento não podem ter feito terapias modificadoras de doenças, a exemplo de quimioterapia entre outros. 

 

“O hospital terá dois tipos de seguimentos. Para o seguimento internação, o paciente deverá que ter alguns critérios como não está em uso de terapias modificadoras de doenças, como quimioterapia ou radioterapia, por exemplo, entre outros critérios clínicos, também terão acesso os paciente que façam seguimento ambulatorial na instituição. Sintomas descompensados, como dor, também é um critério de internação”, revelou. 

 

Já no segundo setor, os pacientes serão encaminhados da rede pública de saúde, e podem receber alguns medicamentos para controle de sintomas. Além disso, a área terá um pequeno centro cirúrgicos. 

 

“No ambulatório, os paciente serão encaminhados da rede e poderão receber medicações para controle de sintomas. Terá um pequeno centro cirúrgico para pequenos procedimentos, ambulatório de dor, ambulatório de cuidados paliativos em pediatria e adulto, ambulatório de luto”, afirmou a coordenadora. 

 

“Todo atendimento é feito por uma equipe multidisciplinar, com objetivo de oferecer um cuidado baseado nas melhores indicações técnicas, porém, de forma personalizada, de acordo com os valores de cada paciente, pautadona bioética e na dignidade humana como princípios norteadores”, complementou a médica. 

 

Além disso, outra matéria do BN já tinha revelado que o espaço passou por obras de urbanização, adequação da área externa, contenção de talude e paisagismo na unidade de saúde, além de ampliação do sistema viário. 

 

A Sesab ainda buscava na época um local para ser construído um estacionamento da unidade de saúde, para atender visitantes, familiares de pacientes e funcionários. 

 

ESTRUTURA
O HCP deve contar com 07 leitos para pediatria (30 dias a 13 anos) e 63 adulto (14 anos ou mais). A unidade terá também ambulatórios que vão servir como 'rede de apoio social' para pacientes e familiares.  

 

O novo equipamento de saúde contará ainda com um grande centro de pesquisa com suporte de telemedicina. A ordem de serviço para execução da obra de reforma e adequação para que o antigo Couto Maia recebesse o novo equipamento foi iniciada em outubro de 2022 pelo então governador Rui Costa (PT). 

 

CUIDADOS PALIATIVOS
Os cuidados paliativos tratam da abordagem multidisciplinar que melhora a qualidade de vida do paciente em situação de vulnerabilidade extrema, com controle dos sintomas e preservação da dignidade. O tratamento atua em observação as dimensões físicas, psíquicas, sociais e espirituais de cada paciente, com o objetivo de diminuir o sofrimento dessas pessoas e seus familiares. 

 

A Bahia é o único estado do Brasil que possui um Núcleo Técnico de Cuidados Paliativos entre as Secretarias de Saúde Estaduais. O núcleo é responsável por gerir todas as 33 comissões em todo o estado. Em Salvador, as comissões estão distribuídas no Hospital Roberto Santos, Hospital Geral do Estado (HGE), Hospital do Subúrbio. 

 

No interior, os colegiados estão distribuídos em unidades de Jequié, Santo Antônio de Jesus, entre outras. O modelo virou referência inclusive no Ministério da Saúde, que estuda replicar o formato para o país. 

 

Por Bahia Notícias