Foto: Marcelo Casall Jr / Agência Brasil


Advocacia-Geral da União (AGU) informou que o grupo Meta Plataforms Inc garantiu a permanência do Programa de Verificação de Fatos no Brasil em manifestação enviada ao órgão na madrugada desta terça-feira (15). Contudo, apesar das garantias, o documento levantou preocupações da AGU após a confirmação de mudanças nas diretrizes das redes sociais gerenciadas pelo grupo.

 

No documento, a companhia informa que, por ora, vai encerrar o Programa de Verificação de Fatos independente apenas nos Estados Unidos. Tal programa será, segundo a empresa, substituído pelas Notas da Comunidade, prática já utilizada no X (ex-Twitter). No Brasil, no entanto, a checagem de fatos realizada pela Meta permanecerá ativa neste momento.

 

A manifestação confirma ainda que as mudanças anunciadas pela empresa relativas à Política de Conduta de Ódio já foram implementadas no Brasil com o “objetivo garantir maior espaço para a liberdade de expressão (...) e permitir um debate mais amplo e conversa sobre temas que são parte de discussões em voga na sociedade”.

 

A AGU afirmou que as mudanças levantaram “graves preocupações. Dentre os pontos de atenção está a confirmação da alteração e adoção, no Brasil, da Política de Conduta de Ódio. O órgão avalia que a alteração pode representar terreno fértil para violação da legislação e de preceitos constitucionais que protegem direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros.

 

“Medidas como as anunciadas recentemente pela Meta são ruins porque afrontam os direitos fundamentais e a soberania nacional, promovendo um faroeste digital. Buscaremos incentivar os processos regulatórios e garantir que a população tenha acesso às informações”

 

Segundo a AGU, as informações prestadas pela Meta também contrariam afirmações realizadas pela empresa em recentes manifestações proferidas no curso da discussão sobre o Marco Civil da Internet, no âmbito de processos em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).

 

Em tais manifestações, representantes da empresa asseguraram que as então políticas de governança de conteúdo eram suficientes para a proteção dos direitos fundamentais dos usuários.

 

Por Bahia Notícias