Foto: Tony Winston/Agência Brasília
É comum que, após a época de festas de fim e começo de ano,
algumas pessoas fiquem doentes em decorrência de diferentes fatores. Seja por
desidratação, exagero em uma alimentação inadequada ou por aglomerações,
determinadas enfermidades acabam atingindo e se disseminando entre uma parte da
população.
São os casos de doenças respiratórias, viroses e até
Covid-19. No entanto, até o fechamento desta matéria, a Secretaria Municipal de
Saúde de Salvador apontou ao Bahia Notícias que não há indicação de surtos por
quadro viral ou outras doenças.
Já acerca do coronavírus, a capital baiana registrou a partir
da 40ª Semana Epidemiológica, de 29/09 a 05/10/2024, e até a 48ª SE (24/11 a
30/11/2024) cerca de 325 casos.
Mas, segundo a infectologista Clarissa Cerqueira, o que
acontece é que eventualmente há uma exposição maior à algumas enfermidades
neste período de Réveillon, em especial de doenças respiratórias.
“A gente está falando de uma época, né, que a gente observa
muitas aglomerações, encontros entre famílias, festas de final de ano. Então,
eventualmente, principalmente desde a pandemia da Covid, a gente veio
observando, na prática, principalmente, um aumento do número de casos de
doenças respiratórias [...]”, observou.
A especialista apontou que visualizou entre os pacientes que
atende e nas demandas dos hospitais onde trabalha, um certo aumento nos
números. “Estava conversando com outros colegas, inclusive do hospital,
que a gente vem percebendo um aumento do caso de Covid. De uns dias para cá
começou a aparecer novamente [casos] porque a gente percebeu um aparecimento de
casos novos. O que a gente consegue mais observar, porque realizamos testagem,
são casos de Covid e influenza. [...] Então, eu diria que teve um aumento aí
de, pelo menos, assim, chutando, mais de 50% aí do que a gente estava
observando na prática”, revelou Cerqueira.
A médica apontou também para o aparecimento de casos de
virose que surgem neste período em decorrência de uma má alimentação e
degustação de alimentos.
“A gente eventualmente observa um ou outro paciente, após se
alimentar, apresentar um quadro de diarreia, mal-estar do estômago, isso também
a gente observa nessa época de pós-festas”, alertou.
Também infectologista, a médica Lorena Galvão revelou que
acompanha a chegada de casos de outras doenças nas unidades de saúde que
trabalha, a exemplo de conjuntivite.
“A gente vê aumento de casos de conjuntivite, aumento dos
casos de covid-19 também, e de infecções de vias aéreas superiores de forma
geral”, observou.
DICAS E RECOMENDAÇÕES
A profissional de saúde elenca as principais as dicas e recomendações para
combater e se prevenir essas enfermidades. “Higienizar as mãos, sem
dúvidas, é uma das principais formas que a gente tem de se proteger contra
essas infecções que são frequentes nesse período. Sempre que possível utilizar
as mãos com álcool em gel ou água e sabão, antes de se alimentar, de tocar os
olhos, nariz ou boca e evitar tocar essas regiões do corpo quando estiver na
rua, quando as mãos estiverem sujas”, recomendou Galvão.
A hidratação é outro importante ponto para se prevenir dessas
enfermidades. “Também é fundamental a hidratação. Ter o organismo mais
equilibrado possível ingerir ali em torno de 35 ml por quilo de peso. Lembrar
que é um período muito quente, então a gente está suando muito, perde muito
líquido. É fundamental que o indivíduo esteja bem hidratado para que o
organismo dele e seu sistema imune estejam mais aptos a lidar com esses
agentes”, explicou.
A vacinação também é recomendado para diminuir o risco de
adquirir algumas doenças neste período. “Manter o cartão de vacina
atualizado, lembrar dos reforços da Covid-19, lembrar das vacinas de influenza,
embora não seja o período mais frequente, e também das demais vacinas”,
indicou.
Constante neste período pós-festa, a intoxicação alimentar
também pode ser combatida e tratada, conforme comentou a
especialista. “Uma alimentação balanceada também é fundamental. Nesse
período também são frequentes as intoxicações alimentares, então é muito
importante que a gente esteja atento com o que a gente consome na rua. É um
período que a gente sai muito de casa, tira férias, come fora de casa. Então,
ter atenção à procedência desses alimentos, não ingerir alimentos crus,
preferir alimentos frescos, ter atenção à integridade do lacre das garrafinhas
de água. Isso tudo é importante para que a gente evite problemas como a
intoxicação alimentar”, classificou.
A infectologista listou também os cuidados que devem ser
tomados caso um paciente seja diagnosticado com alguma das doenças. “Na
maior parte das vezes esses quadros acontecem por infecções de natureza viral.
A maioria das infecções a gente não tem um tratamento específico, então são
medidas de controle de suporte, hidratação. É fundamental medicação para
controle de sintoma, então dor ou febre, e aquelas pessoas que têm uma doença
que é passiva de transmissão de uma pessoa para outra, devem buscar o isolamento
e não devem circular, pois isso obviamente aumenta o risco de propagação desses
agentes para outras pessoas”, concluiu.
Por Bahia Notícias