Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Com 55 votos a favor e apenas 18 votos votos contrários, o
Senado aprovou na noite desta quinta-feira (19) a PEC 45/2024, que faz parte do
pacote fiscal do corte de gastos públicos. Com a aprovação, a proposta será
promulgada nesta sexta (20).
Ao final da votação do projeto, o presidente do Senado adiou
a sessão e marcou reabertura dos trabalhos para esta sexta, às 10h. O Senado
ainda precisa votar o Projeto de Lei 4614/24 que restringe o acesso ao
Benefício de Prestação Continuada (BPC) e limita o aumento real (acima da
inflação) do salário mínimo às regras do arcabouço fiscal (de 0,6% a 2,5% de
crescimento da despesa primária), entre outras medidas.
Tanto a PEC 45 quanto o projeto 4614 foram aprovadas pela
Câmara dos Deputados na sessão desta quinta. A PEC acabou sendo aprovada em
dois turnos de votação nas duas casas do Congresso Nacional em um mesmo
dia.
A PEC traz mudanças no abono salarial e no Fundeb, além de
prorrogar a Desvinculação das Receitas da União (DRU). A proposta também abre
caminho para a votação do projeto que limita os supersalários do funcionalismo
público.
Para evitar a derrota da PEC, o governo concordou com que o
relator do texto na Câmara, Moses Rodrigues (União Brasil-CE) enfraquecesse as
verbas que podem ficar fora do teto de supersalários de R$ 44 mil. O texto
original previa que uma lei complementar tratasse as verbas autorizadas a ficar
fora do teto. Agora, o tema será regulamentado por meio de uma lei ordinária,
que exige maioria simples.
O texto aprovado pelos senadores foi o mesmo que foi votado
mais cedo na Câmara, a partir do relatório do deputado Moses Rodrigues
(União-CE). O relator construiu um consenso com a maior parte das lideranças da
Câmara, e afirmou que o ajuste fiscal precisa ser feito com responsabilidade
para manter os projetos sociais das últimas décadas. "O arcabouço fiscal
precisa de respaldo do Congresso para ter seus compromissos e, dentro de sua
responsabilidade, manter a meta fiscal", disse o deputado. As principais mudanças
no projeto, acatadas pelos senadores, foram feitas pelo relator nos gastos do
Fundeb e em regras para evitar os supersalários.
Por Bahia Notícias