Foto: Divulgação/Fiocruz
O Brasil registra a marca de 11 mil partos anualmente de
menores de 14 anos qualificados, conforme a Legislação, como “estupro de
vulnerável”, decorrentes de relações sexuais de menores de idade. Segundo
o estudo, via O GLOBO, cerca de 40% de garotas nessas condições não fazem o
pré-natal durante o período recomendado.
"Com dados do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos
(Sinasc) de 2020 a 2022, correlacionamos o início oportuno do pré-natal
(primeiro trimestre da gestação) com a idade da adolescente, região, raça/cor e
escolaridade. Considerando a idade estimada na concepção, estimamos que 11.607
partos anuais resultam de estupro de vulnerável", disse a epidemiologista
Luiza Eunice Sá da Silva, do Centro Internacional de Equidade em Saúde da
Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
De acordo com o levantamento, mais de um terço das vítimas de
estupro de vulnerável não consegue realizar o pré-natal dentro do prazo
recomendado (a 12ª semana de gestação). Além disso, algumas dessas vítimas não
conseguem cumprir o périplo médico e burocrático necessário para abortar de
forma legal.
"Demoras no reconhecimento da gestação e na comunicação
para a família contribuem para o início tardio do pré-natal e para a decisão de
abortar", descreeveu os cientistas.
O estudo da UFPel ainda trouxe a estimativa do tamanho da
população de meninas que necessitam de auxílio e de suporte após estupro de
vulnerável e perderiam o direito à interrupção da gravidez no caso de aprovação
final do PL ou da PEC.
No ano passado, o país obteve 74.930 estupros, dos quais
56.820 (75%) foram estupros contra vulneráveis, conforme números do Sinasc no
estudo sobre partos vão só até 2022.
Por Bahia Notícias