Uma operação de combate ao trabalho escravo resgatou cinco trabalhadores em condições degradantes em propriedades rurais entre Barreiras e São Desidério, na Bahia. Entre eles, um caseiro de 70 anos que vivia em uma chácara, onde atuava sem salário há 17 anos e sem acesso ao cartão de sua aposentadoria, que ficava retido com a empregadora.
A casa em que o homem vivia não possuía banheiro em condições de uso, a cozinha era improvisada, na área externa, contendo um fogão a lenha e uma gaiola de criação de filhotes de galinha, além do trânsito livre de patos, galinhas e cachorros.
Em uma fazenda produtora de eucalipto na mesma região, outros quatro trabalhadores foram encontrados em alojamentos precários e sem condições básicas de higiene e segurança. Eles realizavam atividades sem equipamentos de proteção e não tinham treinamento adequado para uso de motosserras.
A ação foi conduzida por uma força-tarefa que incluiu o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério Público do Trabalho (MPT), Defensoria Pública da União (DPU), Secretaria de Justiça e Direitos Humanos da Bahia (SJDH) e a Polícia Rodoviária Federal.
Os empregadores foram notificados a formalizar os contratos, pagar verbas rescisórias e interromper as práticas identificadas como trabalho análogo à escravidão. Guias de seguro-desemprego foram emitidas para os resgatados, enquanto o MPT estuda medidas judiciais caso não seja possível acordo com os empregadores. A SJDH acompanhou o processo para garantir assistência às vítimas e acionou as redes de apoio locais para acolhimento e encaminhamento para saúde, emprego e outras formas de suporte.
Foto: Divulgação/ MPT