Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias
As contas do governo central tiveram um superávit de R$ 40,8
bilhões em outubro, informou nesta terça-feira (3) o Tesouro Nacional.
O resultado foi o 2º melhor para o mês, de acordo com a série
histórica iniciada em 1997, em valores já corrigidos pela inflação, ficando
atrás só de outubro de 2016. Naquele ano, o resultado superavitário tinha sido
de R$ 60,5 bilhões em valores corrigidos pela inflação.
Em outubro do ano passado, o superávit primário foi de R$
18,1 bilhões. As contas do governo central incluem Tesouro Nacional, Banco
Central e Previdência Social.
No acumulado de 2024, há déficit primário de R$ 64,3 bilhões.
Na comparação com o resultado de janeiro a outubro do ano passado, quando o
rombo nominal totalizava R$ 76,2 bilhões, houve diminuição no déficit.
Para 2024, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mira
um déficit de R$ 28,8 bilhões. Esse é o limite máximo permitido pela margem de
tolerância da meta fiscal, cujo alvo central é zero.
Mas o rombo efetivo deve ser de R$ 68,8 bilhões neste ano,
com as despesas de combate à calamidade no Rio Grande do Sul e às queimadas e o
pagamento de valores retroativos ao Judiciário –gasto de R$ 40,5 bilhões fora
das regras fiscais em 2024.
Baseado no resultado, o secretário do Tesouro, Rogério Ceron,
avaliou que o governo está caminhando para cumprir com segurança a meta fiscal
programada para 2024.
"O mês de dezembro vai ser um mês de superávit forte e
em novembro a receita performou bem, não tivemos perda efetiva", disse o
secretário.
Para o ano que vem, Ceron reforçou que o governo cumprirá a
meta fiscal, mas reconheceu que ainda "há questões que precisam ser
dialogadas e endereçadas". "Vamos adotar todas as medidas necessárias
para entregar resultados prometidos", garantiu.
"O pacote [anunciado na semana passada] não resolve
todos os problemas e não era esse o objetivo", acrescentou.
Ele lembrou que o corte de despesas obrigatórias anunciado
pelo ministro Fernando Haddad visa acabar com as dúvidas quanto ao risco do
limite do arcabouço fiscal ser descumprido devido ao crescimento das despesas
obrigatórias. "O pacote vai dar essa garantia e a grande mensagem foi
garantir que o arcabouço terá perenidade", avaliou.
No início de novembro, o secretário já havia projetado, com
base em dados preliminares do governo, que o supérávit em outubro ficaria em R$
40 bilhões. Na ocasião, citou que o resultado seria impulsionado pelo ingresso
de receitas extraordinárias, mas não chegou a detalhá-las.
Recentemente, o governo obteve o aval do Congresso Nacional
para incorporar recursos que estavam parados em depósitos judiciais ou no SVR
(Sistema de Valores a Receber), do Banco Central.
Em outubro, a receita líquida cresceu de 10,9% em termos
reais (R$ 20,6 bilhões), em comparação com o mesmo mês de 2023.
Essa variação resulta principalmente do efeito conjunto do IR
(Imposto sobre a Renda), com alta de R$ 6,7 bilhões, e Cofins (Contribuição
para o Financiamento da Seguridade Social), com elevação de R$ 6,8 bilhões.
Do lado das despesas, houve queda de 0,7% em termos reais (R$
1,2 bilhão) em outubro, contra mesmo mês do ano passado. Destaca-se a redução
de R$ 6 bilhões em despesas discricionárias, cujo efeito foi parcialmente
contrabalançado por gastos maiores com benefícios previdenciários (R$ 2,7
bilhões), Benefício de Prestação Continuada (R$ 1,2 bilhão) e créditos
extraordinários (R$ 1 bilhão).
Por Bahia Notícias