
Foto:
Fernando Frazão/Agência Brasil
O novo
plano preparado pelo Ministério da Saúde para combater a dengue prevê a
ampliação dos métodos de controle do mosquito transmissor da doença e a criação
de polos de hidratação para a população. Além disso, inclui a extensão do
horário de funcionamento das UBSs (Unidades Básicas de Saúde).
O
"Plano de ação para redução dos impactos da dengue e outras
arboviroses" está estruturado em seis eixos principais: prevenção,
vigilância dos vírus e dos mosquitos, controle dos transmissores, organização
dos serviços de saúde e preparação e resposta às emergências, além da
comunicação social, gestão de risco e participação comunitária.
No eixo
de controle dos mosquitos transmissores, o plano prevê a ampliação do uso da
bactéria Wolbachia. Essa estratégia consiste em liberar mosquitos aedes aegypti
infectados com a Wolbachia, o que impede o desenvolvimento do vírus da dengue
no vetor.
Outro
método é a liberação de mosquitos estéreis, que, após o acasalamento, produzem
ovos que não resultam em novos insetos.
Já no
eixo de organização dos serviços de saúde, o plano propõe a criação de polos de
hidratação, que podem ser estruturas físicas temporárias ou localizadas nas
próprias unidades de saúde.
Esses
polos funcionarão em tempo integral para agilizar o atendimento, reduzindo o
tempo de espera e oferecendo hidratação venosa, além de acompanhamento clínico
e laboratorial dos pacientes. A hidratação é uma das principais estratégias de
tratamento da doença. As unidades também receberão testes rápidos para
diagnóstico de dengue.
Uma das
alternativas para ampliação do acesso e consequentemente redução nas filas de
atendimento será o aumento do horário de atendimento das UBSs.
O plano
contempla ainda a oferta de serviços de teleorientação para casos suspeitos de
arboviroses e a organização de mutirões de cirurgias para crianças com sequelas
da síndrome congênita pelo vírus zika.
Os eixos
do plano foram apresentados na reunião da CIT (Comissão Intergestores
Tripartite) nesta quinta-feira (29). Entretanto, ele ainda será pactuado pela
comissão na próxima reunião.
Rivaldo
Venâncio da Cunha, secretário adjunto da Secretaria de Vigilância em Saúde e
Ambiente, disse que o plano foi elaborado por cerca de 200 pessoas, incluindo
representantes do Ministério da Saúde, do Conass (Conselho Nacional de
Secretários de Saúde), do Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais
de Saúde) e membros de universidades.
A meta é
reduzir os casos prováveis e o número de óbitos por dengue, zika e chikungunya
no próximo período sazonal.
"Estamos
considerando apresentar o plano por etapas. Algumas ações precisam começar
imediatamente, enquanto outras dependem da avaliação da pactuação do ano
passado, como é o caso da vacinação, e de estudos de cenários
atualizados", afirmou a ministra Nísia Trindade
Ela
ressaltou a importância de distinguir as ações que terão impacto imediato
daquelas que, embora estruturantes, não devem apresentar resultados em curto
prazo. "Por exemplo, o caso da Wolbachia em Niterói, que levou oito anos
de trabalho para alcançar bons resultados", acrescentou.
A
ministra da Saúde disse que esse plano será apresentado ao presidente Lula
(PT).
Como a
Folha de S.Paulo mostrou, a vacinação contra a dengue ainda não será a
principal estratégia de combate à dengue em 2025. O plano prevê o aumento
gradual da produção das vacinas desenvolvidas pelo laboratório Takeda e pelo
Instituto Butantan.
A vacina do Butantan se tornou a principal aposta do SUS (Sistema Único de Saúde), é um imunizante de dose única que demonstrou alta eficácia (89%) contra casos graves ou com sinais de alerta, independentemente do risco de hospitalização.
Por Bahia
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