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Agência Brasil
A
Previdência Social pretende verificar os cadastros de cerca de 800 mil
beneficiários temporários (o antigo auxílio-doença) do INSS (Instituto Nacional
do Seguro Social) até o final deste ano, disse nesta segunda-feira (29) o
ministro Carlos Lupi (Previdência Social). O pente-fino busca conferir se as
pessoas têm mesmo direito a seguir com os auxílios.
Conforme
Lupi, o trabalho mira benefícios temporários que estão há dois anos ou mais sem
verificação. "Muitos não comunicam à Previdência [as informações
atualizadas] porque querem continuar recebendo mesmo estando trabalhando",
declarou o ministro em entrevista a jornalistas no Rio de Janeiro.
"Estamos
fazendo, através do Ministério da Previdência Social, através da nossa parte da
perícia médica, uma verificação até o final do ano, mais ou menos, de 800 mil a
850 mil beneficiários temporários com algum tipo de doença, algum tipo de
atendimento que teve, verificando se estão ainda com essa doença, se estão
merecedores ainda do benefício para continuar ou não pagando", completou.
As
declarações ocorreram após o ministro ser questionado sobre a revisão cadastral
iniciada pelo governo federal na semana passada com foco no BPC (Benefício de
Prestação Continuada), pago pelo INSS a segurados idosos a partir de 65 anos ou
com deficiência em famílias consideradas vulneráveis.
Lupi disse
que o Ministério do Desenvolvimento Social está trabalhando para fazer uma
"fotografia" do BPC e o recadastramento de beneficiários.
"Nosso
grande desafio hoje é evitar fraudes. Tem muita gente que frauda a Previdência
Social, que frauda o BPC Loas, para ter benefícios indevidos", afirmou
Lupi.
Pela manhã,
o ministro participou de uma conferência organizada pelo IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística) na Uerj (Universidade do Estado do Rio
de Janeiro).
Lupi assinou
um acordo de cooperação técnica com o presidente do IBGE, o economista Marcio
Pochmann, para a geração de dados relacionados à área da seguridade social no
Brasil.
"Estamos
pegando, com esse convênio, um rumo para fazer a previsão da Previdência de
amanhã. Precisamos ter essa fotografia real do povo brasileiro", declarou
Lupi.
A
conferência do IBGE se estende até sexta-feira (2) e tem como tema o que o
órgão chama de "soberania nacional em geociências, estatísticas e
dados". Segundo o instituto, a intenção é discutir "riscos e
oportunidades do Brasil na era digital".
Pochmann
voltou a defender a ideia de que o IBGE precisa atuar como grande coordenador
de estatísticas no país, o que significaria integrar diferentes bases de
informações, inclusive registros administrativos (dados cadastrais de órgãos
públicos). Para isso, o economista planeja a criação do Singed (Sistema
Nacional de Geociências, Estatísticas e Dados).
Segundo
Pochmann, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou que não faltará
verba para o IBGE realizar as suas pesquisas. Em junho, porém, o economista
havia dito que os trabalhos eram ameaçados por restrições financeiras.
Por Bahia
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