Levantamento feito pela Metropolítica no sistema de frequência da Câmara dos Deputados apontam Elmar Nascimento (União Brasil), Waldenor Pereira (PT), Arthur Maia (União Brasil), Adolfo Viana (PSDB) e José Rocha (União Brasil) como os cinco parlamentares baianos com o maior número de ausências em votações no plenário da Casa durante a atual legislatura, iniciada em fevereiro de 2023. Os três primeiros somam  46, 41 e 31 faltas, respectivamente. Já Viana e Rocha deixaram de comparecer a 26 e 24 sessões. 

Série B
Na sequência, aparecem Dal Barreto (União Brasil), com 22 faltas; Raimundo Costa (Podemos) e Roberta Roma (PL), com 20 cada; Leur Lomanto Júnior (União Brasil), com 19; Mário Negromonte Júnior (PP) e Zé Neto (PT), com 18; João Leão (PP), com 17; e Ricardo Maia (MDB), com 15.  A lista dos faltosos inclui ainda 12 deputados baianos na faixa que vai de 10 a 14 ausências em sessões de votação: Cláudio Cajado (PP), João Carlos Bacelar (PL), Ivoneide Caetano (PT), Márcio Marinho (Republicanos), Pastor Sargento Isidório (Avante), Josias Gomes (PT), Paulo Azi (União Brasil), Bacelar(PV), Joseildo Ramos (PT),  Daniel Almeida (PCdoB), Valmir Assunção (PT) e Diego Coronel (PSD). 

Falto e não nego!
Já em quantidade de ausências sem justificativa, Leur Júnior e Dal Barreto são os campeões imbatíveis. Ambos faltaram a 11 votações cada, mas não apresentaram qualquer desculpa. Logo abaixo, aparecem Raimundo Costa e Arthur Maia (7), Isidório e Paulo Azi (6) e Diego Coronel (5). Pelas regras da Câmara, o pagamento dos salários dos deputados federais leva em conta o comparecimento às sessões deliberativas em plenário. Ou seja, ausências não justificadas acarretam descontos na remuneração dos parlamentares. As justificadas, ainda de acordo com o Regimento Interno da casa, são aceitas nos seguintes casos: missão autorizada, doença comprovada, licença-maternidade ou paternidade e morte de familiar até o segundo grau.

Quarteto presente
Em contrapartida, quatro deputados da Bahia tiveram número baixíssimo de ausências. Léo Prates (PDT) somou apenas três, contra duas de Félix Mendonça Júnior (PDT) e uma de Paulo Magalhães (PSD). Dos 39 integrantes da bancada, Antônio Brito (PSD) foi exemplo de assiduidade na legislatura vigente. Desde que foi reempossado no cargo, não faltou uma só vez a votações na Câmara.

Livre da tranca
Alvo da nova fase da Faroeste, deflagrada nesta terça-feira (09) pela Polícia Federal e antecipada pela coluna no último dia 3, o advogado e ex-juiz eleitoral Rui Barata Filho chegou a ter a prisão solicitada pelo Ministério Público Federal (MPF). No entanto, o pedido foi negado pelo relator da operação no Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Og Fernandes. Filho da desembargadora Lígia Maria Ramos Cunha, afastada do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ) por suspeita de participar do esquema de venda de sentenças na corte, Barata Filho é apontado como um dos principais nomes sob a mira da Operação Patronos, desdobramento da Faroeste voltada a desmontar a rede de corrupção na cúpula do Judiciário no estado.

Procura-se o dedo-duro 
Ainda sobre o TJ, o vazamento do acórdão que resultou no cerco a três magistrados da comarca de Porto Seguro provocou um clima de desconfiança generalizada entre desembargadores da corte. Em 27 de junho, o Pleno do TJ determinou o afastamento dos juízes titulares da cidade: Fernando Machado Paropat, da 1ª Vara dos Feitos Relativos às Relações de Consumo, Cíveis, Comerciais e Registros Públicos; Rogério Barbosa de Sousa e Silva, da Vara da Infância, Juventude e Execução de Medidas Sócio-educativas; e André Marcelo Strogenski, da 1ª Vara Criminal, Júri e Execuções Penais. Todos foram punidos por suposta participação em grilagem, venda de sentenças e agiotagem. Contudo, a imprensa teve acesso ao inteiro teor da decisão, que está sob segredo de Justiça. O que provocou uma caça às bruxas interna para encontrar quem vazou o documento.

Bônus no ônus
Especialista em análise de pesquisas eleitorais, o cientista político Cláudio André acha que o fenômeno do voto útil pode beneficiar o candidato do União Brasil ao comando de Feira de Santana, o ex-prefeito José Ronaldo. "Caso Zé Neto (deputado federal e candidato do PT à prefeitura da cidade) encoste muito em Zé Ronaldo, o sentimento antipetista, que é grande em Feira, pode fazer com que o eleitor de Pablo Roberto (deputado estadual e candidato do PSDB) migre para o ex-prefeito na reta final do primeiro turno, como forma de resolver logo a disputa e impedir que o PT vá para o segundo turno", disse Cláudio André, doutor em Ciências Sociais pela Ufba.


Foto: José Cruz/Agência Brasil

Por: Jairo Costa Jr. no dia 09 de julho de 2024 às 12:02