
Foto: Ascom/UNEB
As Universidades Estaduais da
Bahia (UEBAs) farão paralisação das atividades acadêmicas nesta sexta-feira
(24). O protesto de 24h foi aprovado por professoras e professores, nas
assembleias da categoria, nas quatro instituições de ensino: UNEB, UEFS, UESB e
UESC. Na Universidade do Estado da Bahia a deliberação foi aprovada no dia 24
de abril. A paralisação é decorrente da intensificação da luta pela
recomposição salarial que, segundo o DIEESE, acumula perdas de quase 50% nos
últimos nove anos.
Como consequência do aumento da
mobilização do Movimento Docente, o Governo da Bahia agendou uma reunião para o
mesmo dia da paralisação, às 14h30, na Secretaria Estadual da Educação (SEC).
Para a ocasião, as representações do governador Jerônimo Rodrigues se
comprometeram em apresentar um plano de recomposição das perdas acumuladas.
Para além da pauta salarial, também por decisão das assembleias, a categoria
docente reivindica a negociação dos demais pontos da pauta: maior orçamento às
UEBAs, garantia de direitos trabalhistas e autonomia da gestão universitária em
relação à SAEB.
ATO PÚBLICO
No dia da paralisação,
sexta-feira (24), o Fórum das Associações Docentes, espaço de articulação
política que reúne as seções sindicais da ADUNEB, ADUFS, ADUSB e ADUSC, fará um
ato público em frente à SEC, a partir das 14h. Segundo os organizadores, a atividade
contará com a presença de professores das quatro universidades públicas, que
virão de várias regiões da Bahia.
Sobre as conquistas obtidas
neste ano, a Coordenação da ADUNEB ressalta que são oriundas da luta do
Movimento Docente. A implantação dos processos de alteração de regime de
trabalho, publicadas em 26 de abril, eram direitos trabalhistas que estavam
represados desde 2015 e, portanto, não são benesses oferecidas pelo governo. O
anúncio de reajuste salarial, proposto pelo Palácio de Ondina, de 2% em maio e
2% em setembro (para todo o funcionalismo público); e mais uma complementação
às/aos docentes das UEBAs, também em setembro, que totalizará 6,97%, embora
importante, não repõe as perdas inflacionárias acumuladas desde 2015. Além
disso, os citados valores do reajuste não foram negociados com as
representações sindicais, houve apenas o informe dos percentuais feito pelo
Executivo.
PAUTAS
Reposição Salarial:
Reposição completa das perdas
salariais acumuladas nos últimos 9 anos (2015-2023), o que, segundo o Dieese (a
partir do IPCA), justifica um reajuste entre 42,46% e 42,02% a depender da
classe. E com o compromisso de retomar a política de correção salarial a cada
ano;
Direitos
Cumprimento integral dos
direitos trabalhistas dos professores, efetivos e temporários, ativos e
aposentados, previstos no Estatuto do Magistério Superior Público das Uebas -
Lei 8352/2002 e nas demais legislações trabalhistas;
Ampliação e desvinculação de
vaga/classe do quadro de vagas permanente do Magistério Público das Uebas;
Adequar as atuais disposições
sobre concessão de passagem/transporte/translado para docentes das Uebas às
necessidades e realidades de cada universidade, incluindo os deslocamentos para
garantir o exercício da docência;
Financiamento:
Repasse orçamentário anual às
Uebas de, no mínimo, 7% da Receita Líquida de Impostos, com revisão do
percentual a cada dois anos, sendo o novo orçamento sempre superior ao
executado no ano anterior, garantindo o cumprimento integral do orçamento
aprovado. Atualmente esse repasse não chega a 5%.
Autonomia financeira,
administrativa e acadêmica
Cumprimento do artigo 207 da
Constituição Federal, com garantia da gestão democrática das universidades,
inclusive cancelamento da lista tríplice para escolha de reitor, com nomeação
do mais votado ou mais votada.
Por Bahia
Notícias