Foto: Valter Campanato / Agência
Brasil
Com seis votos, o Supremo
Tribunal Federal (STF) já tem maioria formada para rejeitar um pedido de habeas
corpus preventivo apresentado por um advogado independente em favor do
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O advogado não faz parte da equipe de defesa
do político.
No pedido, ele queria encerrar a
investigação que apura a suposta tentativa de golpe de Estado e impedir uma
eventual prisão do ex-presidente. Bolsonaro é investigado pela suspeita de
realizar um plano para ficar no poder após ser derrotado nas eleições de 2022.
Os ex-comandantes do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica,
Carlos Almeida Baptista Junior, afirmaram à Polícia Federal (PF) que o então
presidente apresentou a eles propostas para reverter o resultado da eleição. As
informações são do O Globo.
Em março, o relator do processo,
ministro Nunes Marques, já havia negado o habeas corpus. Com a submissão do
pedido à votação em plenário, cinco ministros acompanharam o mesmo
entendimento: Cármen Lúcia, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Dias Toffoli e Edson
Fachin.
Relator da investigação contra
Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes declarou-se impedido, por um ato seu
estar sendo questionado.
Ao rejeitar o habeas corpus,
Nunes Marques não analisou se a investigação é correta ou não, ou seja, o
mérito da questão, o ministro apenas apontou diversas questões processuais,
entre elas o entendimento do STF de que não é possível apresentar um HC contra
uma decisão do próprio Supremo.
Em seu voto, ele também
sinalizou o fato de o advogado não integrar a equipe de defesa de Jair
Bolsonaro, fato que para Nunes Marques poderia prejudicar o político, porque
poderia ser ver “tolhido” na sua livre escolha da defesa técnica, “bem assim
ter afetada a elaboração de sua estratégia processual”.
No entendimento seguido pela
maioria do plenário, o ministro também avaliou que o habeas corpus não trouxe
os "documentos necessários à análise da existência do constrangimento
ilegal", incluindo a íntegra da decisão questionado. Ele ainda disse que
não há "ilegalidade evidente" que permitiria ignorar os problemas
processuais.
Por Bahia Notícias