Foto: Ascom / Secti

 

Em busca de valorizar os conhecimentos populares, estudantes do município de Casa Nova, semiárido baiano, pesquisam a eficiência de tratamentos à base de plantas medicinais ao desenvolver uma pomada a partir de plantas e resíduo orgânico. O projeto, destaque na Feira de Ciências, Empreendedorismo e Inovação da Bahia (Feciba) e desenvolvido no Programa Ciência na Escola, da Secretaria da Educação (SEC), utiliza pinhão manso (jatropha curcas), faveleira (cnidoscolus quercifolius) e casca de banana (musa) na composição.

 

A ideia de desenvolver o produto surgiu a partir da observação de experiências pessoais.  Andréa Araújo, orientadora do projeto, conta que os avós dos estudantes moravam em zona rural e não tinham acesso a medicamentos convencionais, por isso utilizavam os fitoterápicos. Foi então que as estudantes tiveram a ideia de iniciar estudos sobre o poder curativo deste tipo de planta.

 

A equipe revela que o resultado observado durante as pesquisas do projeto mostra que 90% da população da zona urbana de Casa Nova não conhecia as ações cicatrizantes do pião manso e da faveleira, o que difere do costume constatado na população da zona rural, que tinha maior hábito de usar periodicamente plantas medicinais.

 

Entre os benefícios do produto destaca-se o baixo custo, possibilitando a fabricação e o comércio na região. “Essa é uma fonte de renda indispensável para moradores do semiárido, afinal o acesso às plantas facilita a feitura”, explica Andréa, que acredita que a distribuição da pomada pode ajudar na disseminação do campo científico. “A visibilidade e valorização da vegetação geram mais investimentos às pesquisas realizadas na localidade” diz.

 

Com apoio do Colégio Estadual de Casa Nova e do Núcleo Territorial de Educação (NTE 10), as estudantes Lara de Carvalho, Mariane Santos e Mirela Rodrigues contaram com a colaboração da professora orientadora Andréa Araújo para fazer ciência a partir do conhecimento popular.

 

Por Bahia Notícias