Foto: Agência Senado
A indústria brasileira de
literatura pode estar prestes a passar por uma grande mudança. A Lei Cortez,
antigo PL 49/2015, reintroduzido pela senadora Teresa Leitão (PT-PE), avança no
Senado Federal. A lei tem como objetivo estabelecer uma política nacional de
regulação no preço dos livros, com livrarias conseguindo descontos
significativos das editoras.
A Lei Cortez objetiva diminuir
as desigualdades recentes causadas pelo crescimento do mercado online em
detrimento do mercado de livrarias físicas. De acordo com os defensores da lei,
nos últimos anos tem existido uma tendência de competição desfavorável a
pequenas livrarias que lutam para competir com o mercado digital.
Essa luta tem resultado no
fechamento não só de livrarias menores, como também de grandes redes, como a
Saraiva e a Cultura. A lei é nomeada em homenagem ao editor José Xavier Cortez,
fundador da Editora Cortez, nascido no Rio Grande do Norte e falecido em 2021.
O projeto de lei propõe um preço
fixo para os livros durante o primeiro ano após seu lançamento, dentro do qual
o desconto máximo admitido não poderá ultrapassar 10% do valor da obra. Esta
restrição diminuiria para 6 meses a partir da segunda edição.
De acordo com a Folha de São
Paulo, o objetivo é equilibrar o campo de atuação entre grandes e pequenos
vendedores, garantindo uma concorrência mais justa e preços mais acessíveis. No
mundo, diversos países implementaram leis similares e demonstraram resultados
parecidos. Um exemplo é a Lei Lang, na França, implementada em 1981 e que
demonstrou resultados positivos.
Defensores da lei afirmam que
políticas do tipo podem trazer benefícios ao mercado brasileiro, dominado por
grandes plataformas, como a Amazon, que oferecem descontos que não podem ser
igualados pelas pequenas empresas.
Atores do mercado literário
receiam que a prática acabe diminuindo a autonomia das editoras e das livrarias
de gerir suas próprias estratégias de preços e promoções. No entanto,
observando o quadro internacional, é possível observar uma tendência geral de
estabilização ou redução nos preços dos livros para os consumidores finais.
A previsão é que, com a
implementação da lei, as editoras passem a oferecer os livros, desde o seu
lançamento, com valores mais baixos, gerando um mercado mais acessível e justo
tanto para as livrarias, quanto para as editoras e os consumidores.
Por Bahia Notícias