
Foto: Divulgação/MJSP
O ministro da Justiça, Ricardo
Lewandowski, anunciou nesta terça-feira (19) que a delação premiada de Ronnie
Lessa foi homologada. Lessa está preso sob acusação de ser um dos executores do
assassinato de Marielle Franco.
Vereadora pelo PSOL do Rio de
Janeiro, Marielle foi assassinada a tiros há 6 anos, junto com o seu motorista,
Anderson Gomes.
A delação foi homologada pelo
ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Quando faz uma delação, o
investigado se compromete com a Justiça e com o Ministério Público a contar o
que sabe sobre um crime em troca de redução da pena.
A polícia investiga quem são os
mandantes da morte de Marielle. Segundo Lewandowski, após a homologação da
delação, a conclusão do caso será "breve".
"Nós sabemos que esta
colaboração premiada, que é um meio de obtenção de provas, traz elementos
importantíssimos que nos levam a crer que em breve teremos a solução do
assassinato da vereadora Marielle Franco", afirmou o ministro da Justiça.
INVESTIGAÇÕES NO STF
Na semana passada, as
investigações do caso Marielle Franco e Anderson Gomes passaram para o STF.
Isso porque, ao longo das
investigações, uma pessoa com foro privilegiado no STF foi citada. Ter foro
privilegiado no STF significa que a pessoa deve ser investigada diretamente
pelo STF. Estão nessa condição as seguintes autoridades: presidente da República,
vice-presidente da República, ministros de Estado, ministros de tribunais
superiores, ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) e embaixadores.
QUEM É RONNIE LESSA?
Ronnie Lessa era policial
militar do Rio de Janeiro. Foi expulso da corporação em razão das investigações
do caso Marielle.
Ele foi preso em março de 2019.
Na delação de outro acusado de ser executor do crime, Élcio de Queiroz, Lessa é
apontado como autor dos disparos.
Em 2021, Lessa foi condenado a 4
anos e meio de prisão pela ocultação das armas que teriam sido usadas no crime
— pena aumentada depois para 5 anos. O Ministério Público afirma que ele jogou
as armas no mar da Barra da Tijuca.
Antes de atuar na PM, Lessa
passou pelo Exército. Em 1992, como policial militar, trabalho como adido na
Polícia Civil do Rio.
A partir dessa época, segundo
investigadores, Lessa impulsionou sua carreira criminosa. Como muitos agentes
na mesma situação, conhecia mais as ruas que os policiais civis. Destacou-se
pela agilidade e pela coragem na resolução dos casos.
Nos bastidores da polícia, o
comentário é que essa fama chamou a atenção do contraventor Rogério Andrade,
que travava uma disputa com o também contraventor Fernando Iggnácio de Miranda,
e teria feito contato com Lessa.