Dados são do IBGE Crédito: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil
Em 2023, o rendimento mensal domiciliar per capita
da Bahia foi de R$ 1.139, o 5º menor do país, superando apenas Pernambuco (R$
1.113), Alagoas (R$ 1.110), Acre (R$ 1.095) e Maranhão (R$ 945). Esse
rendimento é a soma de todos os tipos de rendimentos de cada morador de um
domicílio, dividida pelo número total de moradores. Os dados são da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), do IBGE.
Entram na soma do rendimento domiciliar per capita:
rendas de trabalho, de aplicações financeiras, de programas sociais diversos,
aluguel recebido, valores de bolsas e aposentadorias. De acordo com a
supervisora de Disseminação de Informações do IBGE na Bahia, Mariana Viveiros,
a renda do trabalho representa cerca de 70% do rendimento domiciliar per
capita. Aposentadorias e programas sociais do governo seguem ordem de maior
importância.
“O rendimento domiciliar per capita é um indicador
muito usado como parâmetro de condições de vida. É um indicador importante para
você avaliar e comparar as condições financeiras das famílias”, diz Viveiros.
Em comparação ao ano de 2022, o estado registrou um
aumento de 12,8% ou R$ 129, em termos nominais - sem considerar os efeitos da
inflação - e subiu uma posição no ranking nacional.
De 2022 para 2023, todas as 27 unidades da
Federação registraram um aumento nominal do rendimento domiciliar per capita
médio. O crescimento da Bahia foi o 6º mais baixo em números absolutos (R$ 129)
e o 17° em aumento percentual (12,8%). Entre os nove estados do Nordeste, a
Bahia permaneceu em 6º lugar, à frente apenas de Pernambuco (R$ 1.113), Alagoas
(R$ 1.110) e Maranhão (R$ 945).
Na prática, esses números indicam que os baianos
têm mais dificuldades para ter acesso a questões básicas. É o que aponta o
educador financeiro Raphael Carneiro, destacando que a renda domiciliar per
capita baiana é ainda menor que o salário mínimo, que, em 2023, era de R$
1.302.
“Mesmo com essa diferença sendo reduzida ao longo
dos anos, isso faz com que os baianos precisem de um esforço maior para manter
as contas em dia e ter uma vida digna”, diz.
De acordo com Gustavo Pessoti, conselheiro do
Conselho Federal de Economia (Cofecon) e professor da Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia (UESB), a posição da Bahia no ranking possui relação direta
com o índice de desemprego do estado. Em 2023, o estado teve taxa de desemprego
de 13,2%, a 2ª mais alta do país, abaixo de Pernambuco (13,4%).
“A renda domiciliar é uma derivação do mercado de
trabalho. 32,7% da população economicamente ativa ou está desempregada ou está
subutilizada. Com essas características, é impossível ter uma situação de renda
domiciliar per capita melhor”, explica.
*Com orientação da chefe de reportagem Perla
Ribeiro