Foto: Reprodução/ Pelourinho Dia e Noite
O Palácio da Aclamação,
tradicional espaço no Centro de Salvador, pode ganhar um novo papel em breve.
Com a perspectiva da formação de um equipamento cultural, o local pode virar o
primeiro espaço gerido pelo Banco do Brasil no Nordeste para o formato CCBB
(Centro Cultural Banco do Brasil).
Interlocutores da gestão
estadual e do instituição bancária confirmaram ao Bahia Notícias que as
negociações estariam avançadas, podendo ter um desfecho em breve. Com nome dado
em homenagem à República, o Palácio da Aclamação foi ocupado como residência oficial
dos governadores da Bahia desde 1917 até 1967. Se confirmado o acordo, o
local deve virar um espaço administrado pelo próprio banco.
Ao BN, a Secretaria de Cultura
do Estado da Bahia confirmou que existe um diálogo com o governo federal para a
criação de um equipamento cultural no local, apesar de não confirmar a
possibilidade de parceria com o Banco do Brasil. "O que confirmamos é que
o Governo do Estado está em diálogo com o Governo Federal para efetivação de
parceria para criação de um equipamento cultural no local. E que o resultado
disso será divulgado em breve", indicou em nota.
Informações complementares
indicadas ao BN deram conta que o diálogo teve início em 2023, com algumas
reuniões entre as instâncias federal e estadual, tanto na Bahia, quanto em
Brasília. Além disso, durante o Carnaval de 2023, a presidente do Banco do Brasil,
Tarciana Menezes, teria visitado o palácio para uma análise do destino do
equipamento. A interlocução pelo estado teria sido feita pelo responsável da
pasta, Bruno Monteiro.
O edifício, que é separado do
Passeio Público por um muro enfeitado com bustos de mulheres, possui um acervo
de bens móveis composto de mobiliário, porcelana, quadros, tapetes persas e
franceses, pinturas de paredes e forros do baiano Presciliano Silva. Atualmente
o espaço também é utilizado para eventos privados.
CCBB na
BAHIA
A iniciativa do Banco do Brasil,
que investe há mais de 30 anos no setor por meio dos Centros Culturais Banco do
Brasil deve chegar à Bahia. O público tem acesso a manifestações
artístico-culturais nacionais e internacionais que, segundo o BB, "buscam
refletir e instigar novos olhares sobre o mundo por meio de eventos nas
diversas áreas e linguagens".
O banco aponta que a criação dos
locais teve como objetivo a democratização do acesso a arte, além de contribuir
para a promoção, divulgação e incentivo da cultura. "Exibimos em nossos
espaços físicos e digitais exposições, peças de teatro, mostras de cinema,
shows e atividades culturais, com programações completas, plurais e acessíveis
à sociedade", aponta a o BB.
Presentes em
quatro grandes capitais brasileiras - Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília
e Belo Horizonte - já recebendo mais de 100 milhões de visitantes, com a
realização de mais de 4.500 projetos nas áreas de cênicas, música, exposições,
cinema, ideias e programa educativo, nos consolidando como um dos principais
centros culturais no cenário brasileiro e internacional.
HISTÓRIA DA ACLAMAÇÃO
A arquitetura do Palácio da Aclamação, que apresenta uma
herança portuguesa, caracterizada por reformas urbanas como já visto em cidades
como Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Recife, busca apresentar um desenho
para definir um novo olhar à modernidade. Em 1913 foi realizado um
projeto para ampliação do imóvel.
Com foco na "política", o espaço parou de
servir, em 1967, através do governador Antônio Lomanto Junior, como residência
oficial do governador. Levado para o Palácio de Ondina, o novo
"endereço" era a antiga residência do administrador do Campo de
Experiências Botânicas, ao lado do Jardim Zoológico. Mesmo assim, o Palácio da
Aclamação continuou a ser utilizado esporadicamente pelo Governo do Estado em
algumas solenidades.
Em 2010 o Palácio foi tombado pelo Instituto do Patrimônio
Artísitico e Cultural da Bahia (IPAC). No entanto, a proteção não se estendeu
ao Passeio Público nem à Praça da Aclamação, mesmo que sejam espaços contíguos
ao edifício tombado.