Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
O Ministério da Justiça determinou que os cinco presídios federais
adotem uma série de medidas visando aumentar a segurança após a fuga de dois
detentos da penitenciária de Mossoró (RN).
Entre as ações estão revistas diárias em todas as celas, pátios e
parlatórios, assim como mapeamento de espaços verticais destinados a dutos,
tubulações e sistemas de ventilação e elétrico. A determinação foi formalizada
pela Secretaria Nacional de Políticas Penais nesta terça-feira (20).
O documento também indica melhorias nas estruturas de iluminação no
interior das celas e instalação de refletores, lâmpadas e luminárias em locais
de baixa luminosidade, bem como em outros pontos estratégicos.
O ofício também lista a qualificação do sistema de videomonitoramento.
Além disso, o ofício solicita reforço do efetivo de policiais penais e rondas
externas para complementar os serviços de vigilância.
As Unidades Prisionais devem verificar sistemas contra incêndios,
instalações hidráulicas e sanitárias, elétricas de baixa e média tensão,
sistema de ventilação e refrigeração e estação de tratamento de esgoto, com
posterior realização de laudo técnico.
DETENTOS FIZERAM BURACO EM PAREDE DE CELA
Em Mossoró, detentos abriram um buraco no local em que estava instalada
a luminária. O registro da imagem foi feito pela força-tarefa coordenada pelo
Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, elencou
uma série de falhas nos protocolos de segurança na unidade. Segundo o
secretário nacional de Políticas Penais, André Garcia, o presídio passava por
uma obra de manutenção.
Os presos teriam tido acesso às ferramentas utilizadas na reforma.
Lewandowski afirmou que havia operários dentro da penitenciária federal e
ferramentas poderiam estar ao alcance dos detentos. Os equipamentos "não
estavam acondicionados e trancados", disse o ministro.
Defeitos na construção do presídio também foram apontados. A saída pelo
teto teria sido possível porque a construção é de alvenaria e não de concreto.
"A proteção deveria ter sido mais eficiente", avaliou Lewandowski.
Os detentos se depararam com um tapume de metal na área da reforma. Para
fugir, eles ultrapassaram a estrutura. Na sequência, utilizaram um alicate
capaz de cortar arame para cortar as grades.
Câmeras e luzes não estavam funcionando adequadamente, disse ministro.
Lewandowski disse ainda que a fuga "custou pouco" pelo fato de os
presos terem utilizado as ferramentas que estavam no local.