Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, criticou o
chanceler do governo israelense, Israel Katz, por declarações dadas nos últimos
dias sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Vieira classificou como
“insólito e revoltante” a forma como Katz se referiu a Lula.
“Uma Chancelaria dirigir-se dessa forma a um Chefe de Estado,
de um país amigo, o Presidente Lula, é algo insólito e revoltante. Uma
Chancelaria recorrer sistematicamente à distorção de declarações e a mentiras é
ofensivo e grave. É uma vergonhosa página da história da diplomacia de Israel,
com recurso a linguagem chula e irresponsável”, disse o ministro nesta
terça-feira (20) ao sair da Marina da Glória, no Rio de Janeiro. O local
receberá, nesta quarta (21) e quinta-feira (22), a reunião de chanceleres do
G20. As informações são da Agência Brasil.
Mais cedo, nesta terça, em uma publicação em português em sua
conta na rede social X, Katz afirmou que "milhões de judeus em todo o
mundo estão à espera do seu pedido de desculpas", criticando Lula por
"ousar" comparar Israel a Adolf Hitler.
“Ainda não é tarde para aprender História e pedir desculpas.
Até então – continuará sendo persona non grata em Israel!”, postou o ministro
israelense, acrescentando que a afirmação de Lula foi “promíscua, delirante” e
configurou uma “vergonha para o Brasil e um cuspe no rosto dos judeus
brasileiros”.
Na sequência, o perfil oficial do governo israelense também
atacou o presidente brasileiro, acusando Lula de negar o Holocausto, o que
nunca aconteceu.
Em resposta, Vieira disse também que o governo israelense
tenta impor uma cortina de fumaça para encobrir o problema do massacre em curso
em Gaza, onde 30 mil civis palestinos já morreram.
“Isso [o massacre] tem levado ao crescente isolamento
internacional do governo Netanyahu, fato refletido nas deliberações em
andamento na Corte Internacional de Justiça. É este isolamento que o titular da
chancelaria israelense tenta esconder. Não entraremos nesse jogo. E não
deixaremos de lutar pela proteção das vidas inocentes em risco”.