Entre janeiro e março deste ano, a Secretaria Municipal de Saúde notificou 99 casos de dengue, 58 de chikugunya e 18 de zika. Crédito: Paula Fróes/CORREIO
As dez cidades baianas com maiores índices de casos dengue
enfrentaram pelo menos uma das seis ondas de calor no ano passado. No topo da
lista estão as cidades de Piripá, Jacaraci e Bonito - todas localizadas no
centro-sul do estado. A relação entre as altas temperaturas e a explosão de
casos de dengue não é por acaso. O calor intensifica a proliferação do aedes
aegypti, mosquito que transmite o vírus.
“A alta incidência de casos é decorrente da mudança
climática. As altas temperaturas, combinadas com chuvas intensas e umidade
fazem com que os mosquitos se multipliquem”, explica o virologista Gubio
Soares. Depois de depositados, os ovos do mosquito podem permanecer inativos
por até um ano até entrar em contato com a água. Por isso, o combate à doença
passa pela necessidade de eliminar os focos de água parada.
Ao menos seis ondas de calor foram responsáveis pelo aumento
das temperaturas na Bahia durante o ano passado. As máximas chegaram a
ultrapassar 40°C em alguns locais. As dez cidades que enfrentam surto da doença
depois das ondas de calor são: Piriá, Jacaraci, Bonito, Morro do Chapéu,
Encruzilhada, Novo Horizonte, Ibitiara, Botuporã, Macaúbas e Ibicoara.
Todos os municípios citados possuem mais de 100 casos a cada
100 mil habitantes e estão em situação de epidemia. No sábado (17), integrantes
do Governo do Estado, Conselho Estadual de Saúde (CES) e Ministério Público se
reuniram com a ministra da Saúde Nísia Trindade para traçar estratégias no
combate ao avanço da doença na Bahia.
“Foi instalado um Comitê de Combate à Dengue e um plano de
contingência. Precisamos de ações de combate ao mosquito para que o estado não
chegue a mesma situação que outros estados estão enfrentando”, afirma Marcos
Sampaio, presidente do conselho.
Acre, Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais decretaram
estado de emergência por conta do aumento expressivo dos casos de dengue. Até a
sexta-feira (16), o Ministério da Saúde já havia contabilizado 555.583 casos
prováveis da doença e 94 mortes.